Mercado de escritórios de Lisboa e Porto anima
Mercado de escritórios do Porto recupera dinamismo em Agosto, ultrapassando o volume total acumulado dos primeiros sete meses do ano de 2021. Lisboa regista aumento de 19% de operações entre Janeiro e Agosto.
Em Agosto, o mercado de escritórios do Porto registou um volume de área absorvida de 12.205 m2, ficando registado como o melhor mês de 2021 e ultrapassando o volume total acumulado dos primeiros sete meses do ano, de acordo com a mais recente análise da consultora imobiliária internacional Savills.
Já no que diz respeito ao total acumulado de metros quadrados ocupados no Porto, os oito primeiros meses de 2021 ficaram aquém do ano anterior, com um volume de absorção que representou um decréscimo de quase 27%, face ao mesmo período de 2020.
Desde o início de 2021, foram transaccionados no Porto 31 espaços de escritórios, com uma área média contratada de 722 m2. A zona que apresentou mais actividade foi a CBD Boavista, com 12 negócios fechados, onde, em média, a área contratada foi de 707 m2. Não obstante o número de negócios fechados na Zona CBD Boavista, foi a Zona Out of Town que contribuiu mais para o volume de absorção.
Face ao período homólogo do ano anterior, os primeiros oito meses de 2021 revelaram uma quebra de 38% no que diz respeito ao número de transações fechadas.
Entre Janeiro e Agosto, as três zonas nas quais foi possível observar um maior volume de absorção acumulado foram a Out of Town, com 10.436 m2, a CBD Boavista, com 8.479 m2, e a CBD Baixa, com 2.355 m2. No entanto, apenas as zonas Out of Town e CBD Baixa conseguiram superar os primeiros oito meses de 2020. Nota importante para a Zona de Expansão, que, apesar de ser a zona com o volume de absorção mais baixo, apresenta um enorme potencial, com a nova oferta que virá para o mercado até ao final de 2022 e que irá colocar no mercado cerca de 38.000 m2.
Relativamente aos maiores negócios realizados no mercado de escritórios do Porto, em 2021, apenas um negócio ultrapassou os 5.000 m2: uma transacção fechada no Centro Empresarial Lionesa, um centro de escritórios que ainda tem aproximadamente 6.900 m2 em pipeline. Também a Concentrix contribuiu para a excelente performance do mês de agosto, ocupando 3.541 m2 no edifício Porto Office Park.
Destaque para a zona Out of Town que tem vindo a apresentar um maior dinamismo, que deverá ser mantido e impulsionado pela conclusão de novos projectos.
Os Serviços Empresas destacaram-se como o sector com mais volume de absorção acumulado entre janeiro e agosto deste ano. Comparativamente ao mesmo período de 2020, o setor de atividade que apresentou um maior crescimento foi o setor Farmacêutico e Saúde, com mais de 960% de incremento.
É expectável que haja uma recuperação nos setores de TMT's & Utilities e nos Serviços a Empresas, uma vez que as medidas de contingência estão a ser cada vez menos rigorosas, pelo que os tomadores de decisões deverão agir nesta última metade do ano.
"Como já tinha sido notório anteriormente, os resultados observados no Porto demonstram resiliência. Não só as zonas centrais, mas também as zonas periféricas continuam a atrair interesse das empresas, aumentando, assim, a área abrangente das zonas de escritórios do mercado do Porto. O potencial de crescimento das zonas mais periféricas é muito expressivo e os acessos rodoviários permitem que haja uma procura constante por novos projetos", afirma Ana Redondo.
No final do mês de Agosto, o mercado de escritórios da capital registava o fecho de 75 operações
Apesar do aumento das transacções nos primeiros sete meses do ano, em Agosto, o mercado de escritórios de Lisboa absorveu uma área total de 5.606 m2, de acordo com a mais recente análise da consultora imobiliária internacional Savills. Este valor representa uma descida do volume de absorção de 58% e de 50% face aos meses de agosto de 2020 e 2019, respectivamente.
Entre Janeiro e Agosto de 2021, foram fechadas 75 operações em Lisboa, com a zona CBD a liderar a tabela com 22 negócios realizados. Isto reflecte um aumento de 19% face ao mesmo período de 2020, o que evidencia uma subida da procura e do fecho de negócios direcionados para áreas menores.
Esse padrão de procura é visível na comparação do número de operações realizadas por intervalos de área. O intervalo compreendido entre os 301 m2 e 800 m2 observou o maior número de negócios realizados em agosto, 25 comparativamente aos 15 registados no mesmo período de 2020, exercendo também um peso de 71% no volume total de área absorvida em Lisboa em Agosto.
No acumulado do ano, a zona 5 (Parque das Nações) com 21.302 m2, a zona 7 (Outras zonas) com 15.634 m2 e a zona 2 (CBD) com 11.322 m2 são as zonas do mercado de escritórios de Lisboa que figuram no top 3 dos volumes mais elevados de absorção. Os resultados observados nestas zonas do mercado lisboeta representam crescimentos de 6% e 12% para a zona 5 e zona 7, respetivamente, face a igual período do ano 2020. Deverá, no entanto, destacar-se as transformações observadas na zona 7, que tem vindo a ser palco de um aumento gradual da procura por áreas maiores. Entre 2018 e agosto de 2021, esta zona de mercado já registou 15 operações com áreas acima dos 1.000 m2, num total acumulado de mais de 50.000 m2.
Entre as empresas que escolheram 2021 para mudarem de instalações ou expandirem a sua área, contamos à data com a Critical TechWorks, com a operação de pré-arrendamento de cerca de 10.000 m2 no Edifício K Tower no Parque das Nações, a BI4ALL, com ocupação do Edifício Cidade BI4ALL num total de 7.000 m2 na Zona 7, com a WhiteStar, também numa operação de pré-arrendamento de 4.111 m2 no Edifício Almirante Gago Coutinho 30 na zona 7, entre outras operações protagonizadas em larga percentagem pelos sectores financeiros e TMT´s.
O sector das TMT´s tem sido o mais resiliente, tendo já ultrapassado em 11% o volume total de absorção verificado nos primeiros 8 meses de 2020. Se a crise pandémica colocou à prova a sobrevivência de muitos setores de atividade, no caso da área de Novas Tecnologias, a crise pandémica trouxe novas oportunidades de expansão de negócio, com repercussão direta nos seus modelos de ocupação de escritórios.
"Se olharmos para os primeiros 8 meses do ano conseguimos perceber que o mercado ocupacional adoptou uma postura mais conservadora em 2021 face ao ano 2020, quando fomos atingidos pela pandemia", explica Ana Redondo, Associate Director do Departamento de Office Agency da Savills Portugal.
"Mas é importante notar que este 'arrefecimento' não se deve a uma queda no mercado como aquela a que assistimos nos anos da crise do sub-prime, mas sim a uma paragem para balanço necessária e totalmente expectável, que está a conduzir muitas empresas a uma análise de reposicionamento estratégico dos seus planos de negócio, mas também de reorganização dos seus modelos de trabalho e espaços de escritórios", acrescenta.