Lisboa não tem oferta de escritórios e as empresas vão procurar no Porto
Mantém-se a falta de oferta de escritórios na cidade de Lisboa e as empresas devido à falta de espaços na capital, direccionaram a sua procura para a cidade do Porto.
De acordo com a consultora Worx, a cidade de Lisboa dá continuidade à boa performance registada nos últimos semestres, com cerca de 140 000 m2 colocados nos primeiros nove meses do ano, um crescimento de aproximadamente 6% da área colocada de escritórios face ao período homólogo do ano passado.
No entanto, a consultora indica que o aumento não foi mais acentuado por não existir oferta imediata. Também, algumas empresas, devido à falta de oferta, direccionaram a sua procura para a cidade do Porto.
Para 2022/23 qual será o cenário do mercado de escritórios?
Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, prevê que “tendencialmente, os valores de renda prime irão manter a sua trajectória ascendente, pelo que a lei da oferta e da procura irá actuar, sendo ainda assim difícil de prever valores máximos dos próximos anos. A procura incessante continuará activa e a oferta permanecerá debilitada”.
Neste ano de 2019, caso um promotor/proprietário pretenda aumentar o valor em cerca de 20% não será tido como valor hiperbolizado, nos casos específicos de inexistência de oferta.
No entanto, a partir de 2022/23 o mercado prevê, com os projectos em pipeline, uma possível estabilidade do sistema, com os valores a serem novamente ajustados.
O cenário parece simples de perceber: até 2022/23 os valores de renda serão inflacionados na medida em que estes existirão para quem os conseguir suportar, pelo que se prevê uma entrada de empresas internacionais que apostem na capital portuguesa para instalar as suas sedes bem como expandir os seus espaços. Com essas novas áreas disponíveis também novas ocupações irão surgir.
O tipo de operação mais frequente é, normalmente, mudança de edifício ou expansão de área, consequentemente libertando para o mercado os espaços anteriormente ocupados, muitos deles em fim de vida útil. A combinação destes factores poderá acentuar a revisão em baixa dos valores, que pode vir a ser um problema caso estes imóveis surjam em 2022/23 devido à oferta nova no mercado.
Pedro Salema Garção reforça ainda que “por esse motivo, o ano de 2020 e 2021 ditam um período de oportunidade para todos os escritórios existentes, renegociações e contratos de pré-arrendamento”.
No campo das tendências do Mercado imobiliário de escritórios, nota-se a ascensão dos espaços dedicados a Co-Working. Esta tendência poderá acentuar-se mais ainda com a entrada no mercado de trabalho das gerações mais novas, em particular os Millennials, cujo conceito de vida e espaços partilhados é para eles um conceito muito apetecível, tanto mais que muitos já partilharam espaços em residências estudantis, em habitação e até em turismo, sendo para eles natural essa partilha. Nos últimos tempos tem vindo a surgir, em Lisboa, novos espaços dedicados ao Co-working, existindo mesmo uma tendência de se expandirem para fora da capital.
Certo é que o mercado de escritórios irá continuar a ser uma oportunidade para os investidores nacionais e internacionais e a WORX – Real Estate Consultants, com mais de 23 anos de actividade em território nacional e graças à aliança com o BNP Paribas Real Estate, projecta a sua notoriedade nas principais praças europeias, tornando-se a consultora escolhida por esses grandes fundos de investimento imobiliário para mediação imobiliário na cidade de Lisboa.