Escritórios não chegam para as 'encomendas'
Apesar de uma redução na ocupação de escritórios no mês de Julho, em termos acumulados nos sete primeiros meses do ano, o aumento foi de 9%. Este é um segmento que ainda mantém a procura maior do que a oferta.
Segundo o relatório da consultora Savills, no mês em análise, o valor do take-up apresentou uma redução de 46% face ao período homólogo de 2018 (14.906 m2 em 2019 e 27.719 m2 em 2018). Por outro lado o valor acumulado dos sete primeiros meses do ano (124.975 m2) mantém-se 9% acima do valor do ano passado, devendo ainda assim ser tido em conta que para tal contribuiu a contabilização de 21.100 m2 respeitantes a contratos de pré-arrendamento, cerca de 17% da área total contabilizada. Caso esta contabilização não fosse feita, o valor estaria 9% abaixo do volume registado entre Janeiro e Julho de 2019. A zona 6 (Corredor Oeste) absorveu 89% de todo o take-up do mês de Julho, num mês onde apenas mais 2 zonas registaram absorção de áreas de escritórios, a zona 1 (Prime CBD) e zona 3 (zona Emergente).
Para Rodrigo Canas, Associate Director Agency Department Savills, "a já conhecida falta de espaços com área considerável e disponibilidade imediata de ocupação, aliada ao facto da procura baixar no período do verão, algo que se deverá estender também ao longo do mês de Agosto, contribuíram activamente para a quebra do mês de Julho. Ao longo do resto do ano, dado que mais nenhum projecto de dimensão relevante entrará no mercado, deveremos assistir a uma colocação anual cerca de 10% abaixo do ano passado, o que ainda assim, dada a grande escassez de espaços na cidade de Lisboa, pode ser considerado positivo e sinónimo do dinamismo e capacidade de atracção de empresas da capital portuguesa”.
O relatório da consultora indica ainda que ao longo do mês de Julho foram verificadas 8 operações, menos 17 que no período homólogo. Já entre Janeiro e Julho o número foi também inferior ao do ano passado (105 transacções face a 133).
Os sectores Produtos de Consumo e TMT’s & Utilities foram os sectores mais activos, tendo ocupado 7.734 m2 e 6.009 m2 respectivamente. A par destes dois sectores, apenas as Farmacêuticas e Saúde e a Construção e Imobiliário registaram transacções, somando um total de 684 m2 e 479 m2 respectivamente.
O Mercado de Escritórios em Lisboa está dividido em 6 grandes zonas:
Zona 1 (Prime CBD): Eixo da Av. da Liberdade à Praça Duque de Saldanha.
Zona 2 (CBD): Eixo da Av. da República, Av. Duque de Loulé e zona das Amoreiras.
Zona 3 (Zona Emergente): Eixo do Campo Grande à 2.ª Circular, zona de Benfica, Praça de Espanha e Sete Rios.
Zona 4 (Zona Histórica): Eixo da Av. Infante Santo e Av. 24 de Julho.
Zona 5 (Parque das Nações): Parque das Nações.
Zona 6 (Corredor Oeste): Eixo A5 até Porto Salvo e Alfragide.
Zona 7: Todos os escritórios situados fora das zonas estabelecidas são englobados numa designada zona 7, que geograficamente corresponde a toda a área de Lisboa não considerada nas zonas 1 a 6.