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Escritórios de Lisboa e Porto no radar de investidores internacionais

7 de julho de 2021

Portugal apresenta-se como um mercado bastante atractivo para a implementação de empresas internacionais. A localização estratégica, a qualidade dos recursos humanos nacionais, um clima de estabilidade política e de paz social, uma infraestrutura robusta de conetividade e a aposta na inovação e transição digital, são factores preferenciais, aponta o mais recente estudo da consultora imobiliária internacional Savills, intitulado "Portugal no Radar dos Business Service Centres (BSC): a Atratividade do Mercado Imobiliário, Edição 2021".

A consultora indica ainda que o reconhecimento e prémios internacionais têm colocado Portugal como um destino de eleição para o investimento em múltiplos sectores, especialmente por parte de investidores estrangeiros, que demonstram um crescente interesse em posicionarem-se no nosso país.

O sistema de Ensino Superior, em que cada vez mais instituições são reconhecidas internacionalmente, é uma das grandes fundações da força do mercado português no que toca à qualidade dos recursos humanos, formando pessoas com talento e capacidades para dar resposta às necessidades das empresas e investidores. Dados recentes da OCDE indicam que, em Portugal, 37% dos jovens entre os 25 e os 34 anos são licenciados.

Business Service Centres como modelos preferenciais de organização empresarial

O segmento de Business Service Centres, ou Centros de Serviços Partilhados (BSC), é uma tendência em franco crescimento, que vem dar resposta à necessidade das empresas de optimizarem recursos, assegurando níveis de produtividade máximos com custos mais competitivos, salvaguardando sempre a qualidade do processo produtivo.

Em Portugal, contam-se actualmente 175 BSC, em Lisboa, Porto, Braga e Aveiro. Dados da AICEP mostram que, nos Business Service Centres em Portugal, 85% dos colaboradores tem formação superior, 45% dos centros operam em mais do que uma língua, 35% dos centros prestam serviços de TIC e software e 8% dos colaboradores são de nacionalidades estrangeiras. Ainda, nos últimos cinco anos, verificou-se uma taxa de crescimento anual de 14% do número de centros no país.

As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto são preferências evidentes para a instalação de Business Service Centres em Portugal. Nos últimos anos, estes dois polos de intenso dinamismo económico receberam importantes investimentos estrangeiros, tendo sido o destino de vários Centros de Competência. Dados partilhados pela AICEP no relatório da Savills, indicam que a capital do país recebeu cerca de 40 novas empresas dedicadas às Tecnologias de Informação, entre 2016 e 2020, actualmente registando 111 Business Service Centres. Também tem sido possível observar a multiplicação de centros de competência dedicados ao sector automóvel na cidade de Lisboa, dos quais são exemplo a Critical Techworks (joint venture entre o Grupo BMW e a portuguesa Critical Software), a Mercedes Benz.io e a Volkswagen Digital Solutions.

A merecer também menção, a Savills refere o programa Tech Visas, que se assume como uma ferramenta importante para permitir que as empresas portuguesas tecnológicas e inovadoras de alcance internacional possam integrar quadros altamente qualificados no mercado nacional.

Tudo leva a crer que Portugal reúne as condições para ser o país de referência para a instalação de BSC, e que o mercado imobiliário nacional, no seu todo, terá a capacidade, como se tem vindo a verificar, para se adaptar às novas tendências e exigências do setor dos Business Service Centres.

Mercado de escritórios de Lisboa bem posicionado para acolher cada vez mais BSC

Desde 2014, o mercado de escritórios em Lisboa tem crescido continuamente, conseguindo, a partir de 2018, alcançar uma taxa de absorção anual superior a 200 mil m2.

Nos últimos anos, a aposta na renovação e colocação de oferta no mercado de escritórios da capital tem sido a resposta, ainda que insuficiente, a uma procura muito dinâmica, agora com novas necessidades de ocupação e formas de organização que se refletem nos espaços de trabalho. A capital conta com uma taxa de disponibilidade de 7,04% e espera-se um aumento de cerca de 166 mil m2 para o biénio 2021-2022. A renda prime estabelece-se, atualmente, nos 25 euros/m2/mês.

Hoje, o mercado de escritórios de Lisboa (composto por sete zonas) compete com as grandes capitais europeias, beneficiando da internacionalização e da expansão de renomadas empresas multinacionais, dedicadas aos mais diversos setores de actividade.

Porto: um mercado inovador em crescimento com enorme potencial

No mercado de escritórios do Porto, a ocupação por parte de empresas tecnológicas é bastante significativa face a outros sectores, representando uma percentagem expressiva das empresas que entram e se expandem neste mercado. A Uber e a Revolut, bem como as portuguesas e internacionalizadas Prozis e Farfetch, são algumas das empresas que optaram por radicar-se na "Cidade Invicta".

A presença destas empresas confirma igualmente o aumento do investimento em recursos humanos na região Norte, com particular enfoque na área da tecnologia.

A cidade do Porto posiciona-se agora como uma das cidades europeias mais atrativas para visitar, viver e investir, depois de um grande processo de reabilitação urbana que operou uma remodelação de elevada qualidade, respeitando o carácter histórico e patrimonial da cidade e, ao mesmo tempo, apostando na construção de raiz de edifícios que se distinguem pelas suas linhas arquitetónicas inovadoras.

Para o biénio 2021-2022, prevê-se um aumento de 100 mil m2 em novos espaços para escritórios no Porto. Num total de 18 projectos, este mercado de escritórios verá crescer o seu stock, assegurando, assim, a sua competitividade face a capitais europeias que se posicionam como destinos com potencial para receber ocupantes internacionais que procuram localizações estratégicas para estabelecerem, relocalizarem ou expandirem os seus centros de operações.

A expansão do mercado de escritórios do Porto será mais expressiva nas zonas periféricas do centro da cidade, incluindo nos concelhos vizinhos da Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, que juntos formam a zona Out of Town.

Braga e Aveiro: dois mercados em ascensão

Braga, com um dos índices de envelhecimento mais baixos do país, e Aveiro, com uma oferta de Ensino Superior significativamente forte nas áreas da Tecnologia e Inovação, são outros dois centros de grande dinâmica em Portugal para a instalação de BCS.

Modelos de trabalho colaborativo, ou coworking, populações jovens e atractivos como baixos custos de vida, boas redes de transportes públicos e instituições de Ensino Superior de qualidade fazem de Braga e Aveiro duas cidades em trajetória ascendente no mercado da inovação, com potencial de crescimento e atractividade para o mercado internacional de Serviços Partilhados.

Sustentabilidade: um factor cada vez mais importante quando falamos de escritórios

A sustentabilidade é hoje um elemento que não é exclusivo do discurso ambientalista, mas que cada vez mais faz parte do mercado imobiliário. A implementação de sistemas inteligentes de gestão de gastos energéticos, a crescente sinergia entre as vertentes utilitária e de bem-estar, e a transformação de espaços de escritórios em verdadeiros lugares de convívio com elementos representativos do meio ambiente (como jardins interiores) pesam cada vez mais na decisão dos investidores, como formas de aumentar o bem-estar dos seus colaboradores, de atrair e reter talento e clientes e de promover uma atmosfera de produtividade aliada à criatividade.

O investimento da certificação de sustentabilidade dos edifícios permite, entre outras vantagens, reduzir custos operacionais e acrescentar valor ao imóvel.

Em matéria de sustentabilidade, a Savills já conquistou um lugar na linha da frente nesta tendência em Portugal, tendo sido a primeira empresa no país a ter dois arquitetos acreditados com os certificados BREEAM AP e WELL AP. Este ano, a consultora imobiliária internacional também se tornou membro e subscreveu a Carta de Princípios do BCSD Portugal – Empresas para a Sustentabilidade e juntou-se a outras 119 empresas no Pacto de Mobilidade Empresarial para a cidade de Lisboa, contribuindo para uma mobilidade mais sustentável na capital do país.

Patrícia de Melo e Liz, CEO da Savills Portugal, refere que "a Savills acompanhou de perto a evolução dos centros de serviços partilhados, não só na assessoria a transações de espaços para esse efeito, desde há vários anos a esta parte, como na realização de projetos de interiores para este segmento. Também a sustentabilidade tem estado na nossa lista de prioridades, tendo já um portefólio relevante de instalações por nós realizadas que contribuem para uma melhoria das condições técnicas que reduzem a pegada ecológica".

"É imperativo que não abrandemos a aposta, que cada vez mais se vai fazendo sentir, na transformação dos nossos edifícios, em imóveis mais sustentáveis, mais agradáveis para os seus utilizadores e mais flexíveis para que um maior número de pessoas de diferentes áreas de negócio e modus operandi, os possam utilizar", sublinha a representante da Savills Portugal.