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Coworking chegou para ficar

10 de abril de 2019

Modelos de trabalho flexíveis continuam a ser a aposta das empresas em 2019, sendo que muitas delas utilizam em simultâneo o Coworking, o Escritório Virtual e o Teletrabalho, nomeadamente aquelas multinacionais que estão a iniciar operações no País. Esta é uma das conclusões do do Barómetro sobre os novos modelos de trabalho, iniciativa levada a cabo pelo departamento de Investigação & Desenvolvimento do Avila Spaces durante o ano de  2018.

O mercado de trabalho está em constante evolução e com ele os espaços de trabalho. De acordo com Carlos Gonçalves, CEO do Avila Spaces, “é importante dar a conhecer ao mercado estes indicadores e perceber se os novos modelos de trabalho fazem parte das estratégias de aumento de produtividade e retenção de talento das organizações.

De facto, o responsável admite que o conceito de coworking está em forte expansão nas grandes cidades, sendo que nas mais pequenas, como Coimbra, Faro ou Ponta Delgada, começam já a ter uma procura muito aceitável, fruto dos casos de sucesso de empresas que têm aderido ao Coworking. “A forma como as empresas estão a encarar o espaço de trabalho está a mudar e, atualmente, valorizam-se essencialmente quatro factores: racionalização de custos, flexibilidade contratual, conforto/bem-estar dos profissionais e oportunidades de networking. Os espaços de Coworking vieram dar resposta a estas necessidades e essa é a principal razão do seu sucesso”.

Carlos Gonçalves admite que 2019 vai ser um ano em que a aposta nos espaços de trabalho colaborativos se mantém, mas em que vai haver “uma preocupação cada vez maior pela privacidade dos profissionais”. Segundo o CEO, as boas práticas “apontam para a coabitação de vários modelos: open-space, salas fechadas, phone-booths e áreas de lazer para pequenas pausas durante o trabalho”.

O estudo permitiu ainda concluir que os inquiridos, especialmente os Millenials e a Geração Z, procuram cada vez mais flexibilidade laboral: “As novas gerações desejam trabalhar por objectivos e rejeitam o horário das 9 às 18 horas, podendo trabalhar a partir da empresa, mas também a partir de casa, de uma esplanada ou de um espaço de coworking”, indica Teresa Jacinto, diretora do departamento de Investigação & Desenvolvimento do Avila Spaces.

Não há uma receita para o sucesso

Para o sucesso deste conceito, Carlos Gonçalves refere que os espaços de Coworking não se podem limitar  a um conjunto de mesas e cadeiras que são arrendadas ao dia ou ao mês. “É muito mais do que isso: são espaços de trabalho partilhados, onde as empresas também têm condições de privacidade, como salas de reunião, escritórios privativos e phone-booths. Não há uma receita para o sucesso, mas é essencial que o espaço seja dinâmico e com uma forte orientação para o cliente: tanto na vertente profissional como de lazer. Não é por acaso que o mantra do Avila Spaces é ‘Work. Relax. Enjoy’. É essencial que as pessoas usufruam do espaço e se divirtam durante as 8 ou 9 horas de trabalho diárias”, salienta.

O CEO adianta que hoje em dia há diversas multinacionais em Portugal a contratar  espaços de coworking, tendo como vantagens a racionalização de custos, as oportunidades de networking e as condições de bem-estar dos profissionais. “Para além disso, espaços de coworking corporativos, como o Avila Spaces, têm um serviço de secretariado dedicado, que inclui gestão de correspondência e atendimento telefónico personalizado”.

O responsável garante que atualmente as novas tecnologia permitem-nos trabalhar a partir de qualquer lugar e a ser mais eficientes nas tarefas diárias. “A título de exemplo, o  Avila Spaces lançou em 2010 a aplicação myOffice, que nos permite estar em contacto em tempo real com o cliente, notificando-o sempre que chega uma correspondência e uma chamada telefónica. Para além disso, permite fazer o booking online de salas de reuniões e disponibiliza uma plataforma de networking que funciona como um linkedin privado, facilitando a troca de contactos entre membros da nossa comunidade”, explica.

Teresa Jacinto refere também que as empresas investem cada vez mais no bem-estar dos colaboradores. “As novas gerações  valorizam o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e preferem trabalhar em empresas que promovam a prática desportiva, aulas de yoga e ações de relaxamento e meditação no local de trabalho”, conclui.

Barómetro de Tendências de Espaços de Trabalho para 2019

  • 77% dos inquiridos consideram ‘Pouco Provável’ voltar a utilizar um espaço físico dentro do modelo tradicional - em 2017 esse número era de 53%.
  • As expectativas iniciais de quem começou a adoptar modelos de trabalho alternativos também foram confirmadas ao longo de 2018: 79% afirmou estar ‘Extremamente satisfeito’ (contra 45% em 2017)
  • 54% dos inquiridos responderam que, durante 2018, adoptaram um modelo de trabalho em coworking (espaço de trabalho partilhado), uma percentagem que estava apenas nos 28,4% no mesmo estudo, mas de 2017.
  • Outro indicador que subiu foi o da percentagem de inquiridos que diz usar ou já ter usado novos modelos de trabalho (escritório virtual, coworking ou teletrabalho): em 2017 foram 49% e, em 2018, passou para 87%.

*Texto publicado na edição em papel  do Diário Imobiliário no Jornal Económico. Escrito com o novo Acordo Ortográfico