Construção perdeu 540 empresas nos primeiros nove meses do ano
As insolvências voltaram a apresentar um crescimento homólogo de 12,3% nos primeiros nove meses deste ano. Os sectores mais penalizados foram os serviços, hotelaria e restauração e sector transformador. A Construção e Obras Públicas perdeu 540 empresas.
De acordo com a Iberinform da Crédito y Caución, Setembro afirma-se como o mês deste ano com maior número de insolvências, 660 registos. Face ao ano passado, este valor traduz um incremento de 53,5%. Este é o valor mais elevado verificado em setembro desde 2017. No global do ano, há registo de 3.877 insolvências, com mais 424 empresas insolventes, o que traduz um incremento de 12,3% face ao período homólogo de 2019.
Por tipologia, até final de Setembro, as insolvências requeridas tiveram um aumento de 5% (mais 38 empresas que no ano passado), enquanto as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas registam uma subida de 22,1%, evoluindo de 778 casos em 2019 para 950. Nestes primeiros nove meses foi declarada a insolvência de 2.100 empresas, mais 220 que no mesmo período do ano passado. Os encerramentos com planos de insolvência tiveram uma redução de 15%.
Por distritos, Lisboa e Porto mantêm as posições dianteiras, com a cidade Invicta a liderar em valores absolutos com 986 insolvências contra 806 em Lisboa. Em termos percentuais, Lisboa apresenta um incremento de 18,5% face ao desempenho de 2019, enquanto o Porto vê o indicador crescer 12,9%.
O sector transformador é o que regista o maior número de insolvências até final de setembro (917), seguido pelos serviços (776), construção e obras públicas (540), comércio a retalho (461), comércio por grosso (452) e hotelaria e restauração (340). Contudo, o maior aumento percentual pertence ao sector das telecomunicações (+166,7%), seguido pela hotelaria e restauração (+30,8%) e pelos serviços (+22,8%). Apenas o sector da agricultura, caça e pesca apresenta uma variação negativa de 9,1%, enquanto o sector da electricidade, gás e água tem uma variação nula face a de 2019 (oito insolvências).
As constituições de empresas recuaram 5,6% em Setembro face ao ano passado, com menos 203 novas empresas, para um total de 3.452 constituições. No acumulado, a queda é mais acentuada, com menos 10.179 empresas, valor que traduz um decréscimo de 26,7%. Nos primeiros nove meses deste ano foram criadas 27.900 empresas.
No distrito de Lisboa surgiram 8.664 novas empresas, o que traduz um decréscimo de 31,5% face a 2019. No Porto foram criadas 5.005 empresas, menos 28% que no período homólogo do ano passado.
Todos os sectores de actividade têm redução no número de novas empresas constituídas, com os maiores recuos a registarem-se nos serviços, com menos 4.313 constituições para um total de 12.332 novas empresas (-25,9%). O sector de transportes perdeu 1.605 constituições face ao ano passado alcançando um total de 1.632 novas constituições (-49,6%). O ramo da hotelaria e restauração perdeu 1.212 constituições face a 2019, com um total de 2.817 (-30,1%) nos primeiros nove meses deste ano.