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Câmara do Porto quer ecopista no Ramal da Alfândega

 

Câmara do Porto quer ecopista no Ramal da Alfândega

 

Câmara do Porto quer ecopista no Ramal da Alfândega

18 de junho de 2020

A Câmara do Porto quer avançar já com a criação de uma ecopista no Ramal da Alfândega, enquanto não se discute a utilização definitiva a dar este canal ferroviário, para o qual estão a ser estudadas duas soluções.

Na proposta que vai ser discutida na reunião privada do executivo municipal de segunda-feira, o município explica estar a estudar duas soluções para aproveitamento do Ramal da Alfândega (antigamente conhecido também como “O Comboio da Batata”), sendo que o primeiro consiste na criação de um novo percurso pedonal e ciclável aproveitando os troços em túnel e a céu aberto. Este projecto prevê ainda a requalificação ambiental e paisagística da sua envolvente, nomeadamente através da criação de um parque urbano em socalcos, em toda a área adjacente ao canal ferroviário e o reforço da relação entre a cota baixa, junto ao rio, e a cota alta, da cidade consolidada, estando previstas diversas ligações, algumas das quais a dotar de meios mecânicos.

 

Ligação rápida entre Campanhã e a Alfândega

A segunda hipótese consiste na utilização do Ramal da Alfândega para uma ligação rápida entre Campanhã e a Alfândega, através de um transporte pendular "eléctrico" que teria como objectivo principal “a redução do número de veículos motorizados que entram diariamente na cidade” e, ao mesmo tempo, a reconversão de parte do parque de estacionamento da Alfândega numa zona de fruição e lazer, assinala a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo, Espaço Público e Património, Pedro Baganha.

De acordo com o documento, estes dois projectos encontram-se em preparação para serem alvo de um debate alargado às forças políticas e à cidade.

A autarquia pretende, contudo, que enquanto a discussão pública decorre, seja desenvolvida uma "solução simplificada" que permita, "desde já, a abertura deste percurso à fruição da população, iniciando a recuperação do canal com custos de implementação reduzidos" e "garantindo a curto prazo a funcionalidade e a segurança da sua utilização como ecopista dedicada aos modos suaves de mobilidade, de cariz turístico e de lazer".

A execução dessa ecopista não compromete a opção definitiva de aproveitamento do ramal que se vier a adoptar, permitindo ao mesmo tempo que a população use este percurso, conheça este território e participe de forma mais informada na discussão pública que se promoverá, detalha a proposta.

 

111 anos de funcionamento ferroviário

O Ramal da Alfândega, que liga Campanhã à Alfândega através da antiga linha da ferroviária ao longo da encosta do Douro, foi, no final do século XIX e início do século XX, muito importante para a cidade, na medida em que por este local passavam todo o tipo de mercadorias, chegadas por via marítima à Alfândega e transportadas de comboio para resto do país a partir da Estação de Campanhã.

Contudo, no decorrer da segunda metade do século XX, o ramal foi perdendo lentamente a sua importância comercial, na sequência da transferência da actividade portuária para o Porto de Leixões, acabando por ser desactivado em 1989.

Apesar de desactivado, o Ramal da Alfândega permanece no domínio público ferroviário sob gestão da IP Património - Administração e Gestão Imobiliária, S.A. (IP), o que torna necessária a celebração de um contrato de subconcessão de uso privativo destes bens.

Nesse sentido, o município propõe que este contrato seja submetido à autorização da Assembleia Municipal, face à intenção da autarquia de recuperar este percurso.

Lusa/DI