
BE/Porto exige que câmara explique aprovação para El Corte Inglés na Boavista
O BE do Porto exigiu hoje que a autarquia, liderada por Rui Moreira, torne públicos os fundamentos para aprovação do Pedido de Informação Prévia (PIP) do El Corte Inglés para a antiga estação ferroviária da Boavista.
“Nós, e a cidade, soubemos a partir da comunicação social que a câmara do Porto tinha decidido aprovar o PIP do El Corte Inglés. Consideramos que, depois de meses de contestação e escrutínio público por parte de forças políticas e movimentos de cidadãos, fazê-lo sem qualquer tipo de explicação pública e nas costas da cidade é um erro político e urbanístico”, referiu o deputado municipal do Porto, Pedro Lourenço, em conferência de imprensa.
Em causa está a intenção do El Corte Inglés de se instalar na terreno da antiga estação ferroviária da Boavista depois de a cadeia comercial espanhola ter pagado à Infraestruturas de Portugal (IP), proprietária do terreno, 18,7 milhões de euros, submetendo à Câmara, em Outubro de 2019, um PIP para a construção de um grande armazém comercial, um hotel e um edifício de habitação comércio e serviços.
Câmara sem reacção
A Câmara do Porto confirmou à Lusa no dia 02 de Outubro que o PIP teve parecer favorável, com "a indicação das várias condições que deverão ser cumpridas no âmbito de um pedido de licenciamento da operação de loteamento".
O BE/Porto também acusou a IP e o Ministério das Infraestruturas “de nunca terem respondido a pedidos de esclarecimento”.
“Exigimos que quebrem o silêncio a que se têm remetido e clarifiquem todos os contornos do negócio”, refere um comunicado do BE distribuído à impressa.
A Lusa pediu uma reacção à Câmara do Porto, mas até ao momento sem sucesso.
O projeto da cadeia espanhola para a antiga estação ferroviária tem sido alvo de contestação, tendo levado, um grupo de cerca de 60 personalidades ligadas à academia e ao património ferroviário a pedir a classificação como imóvel de interesse público daquele local, defendendo a importância da preservação da antiga estação ferroviária.
Em Novembro de 2019, Rui Moreira avisou que a autarquia não tinha meios, nem dinheiro, para travar a concretização do projecto.
Lusa/DI