16.º Congresso dos Arquitectos nos Açores discute sustentabilidade e transição climática
O 16.º Congresso dos Arquitetos começa esta quinta-feira em Ponta Delgada, Açores, para discutir a sustentabilidade, a ecologia e a transição climática, questões “particularmente pertinentes” no arquipélago.
“O pano de fundo fundamental do congresso é a transição climática. Claro que a pandemia veio acelerar a pertinência desta transição e a guerra veio agravar o problema (…). A questão da sustentabilidade é para todo o planeta o tema pertinente e urgente”, afirmou o presidente da Ordem dos Arquitectos, Gonçalo Byrne.
O congresso, que se realiza entre quinta-feira e sábado, no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, arranca sob o mote “Qualidade e Sustentabilidade: Construir o [nosso] Futuro”.
“Quando pensamos em qual seria o melhor sitio para ter um congresso de arquitectura com este tema para falar de ecologia e sustentabilidade, escrutinando todo o território nacional, é nos Açores que o problema é mais visível e mais forte”, revelou.
Para justificar que a transição climática é “particularmente relevante” no arquipélago, o presidente da Ordem dos Arquitectos lembrou a relação das ilhas açorianas com o mar, bem como as “fragilidades geológicas” e “toda a paisagem natural” da região.
Gonçalo Byrne reconheceu que os arquitectos são os “destinatários principais” do congresso, mas alertou que a “sustentabilidade é transversal a toda a gente”, considerando “absolutamente essencial” apresentar “mensagens para toda a sociedade”.
“A arquitectura e os arquitectos, como outras profissões, têm muitas vezes discursos endémicos, ou seja, muito para dentro e pouco para fora. Isso é uma coisa que não faz sentido nenhum, sobretudo num período de transição e sustentabilidade”, defendeu.
Por isso, o congresso vai ter “actividades abertas à participação dos cidadãos”, como ciclos de cinema, exposições, sessões de artes performativas, roteiros pela ilha ou conversas em diferentes locais de São Miguel, prosseguiu.
“Iremos falar sobre questões de sustentabilidade em sítios que são bons exemplos, mas também em sítios onde existe uma ou outra situação que não são bons exemplos e interessa corrigir”, destacou.
No ciclo de conferências do programa principal, a realizar no Teatro Micaelense, vão estar presentes nomes como Carlos Quintans, Ivan Rupnik, João Rebelo Costa, Barbara Buser, Carlos Antunes, Paulo Pardelha, Conceição Melo, Luís Miguel Correia, Pedro Trindade Correia, Paulo Pardelha, Jan De Vylde, Jorge Figueira, Avelino Oliveira ou Kiel Moe.
No congresso vai participar também Iñaqui Carnicero Alonso-Colmenares, director da Agenda Urbana e Arquitectura do Governo de Espanha.
No final, vai ser elaborado um documento a partir das conclusões do congresso que vai ser designado “Declaração dos Açores”.
“É importante a transformação que se vai fazer a partir dos resultados do congresso de onde sairá um documento, que chamamos a Declaração dos Açores. Será uma posição da arquitectura perante a questão da transição climática que vai ser exposta no Congresso da União Mundial dos Arquitectos”, concluiu.
Toda a programação e as várias modalidades de participação estão disponíveis em AQUI
Lusa/DI