
Covid-19: Turismo deverá ter estratégia “a médio prazo” – defende secretária de Estado
O sector do turismo deverá ter uma estratégia de recuperação da pandemia da covid-19 “a médio prazo”, incluindo a “reactivação do sector aéreo”, defendeu hoje a secretária de Estado do Turismo, segundo um comunicado.
Rita Marques, que esteve na reunião de ministros e secretários de Estado do Turismo da União Europeia (UE), por videoconferência, disse, citada em comunicado, que há “uma responsabilidade colectiva de mobilizar todas as ferramentas para responder às necessidades do sector”.
Na mesma nota, refere que “as respostas europeias terão também de abranger actividades indirectamente relacionadas, como transportes, imobiliário, comunicação social, cultura e ambiente”.
A secretária de Estado “defendeu, assim, uma estratégia de recuperação de médio prazo com acções concretas e um envelope financeiro, que deverá incluir um programa para reactivação do transporte aéreo”, segundo o mesmo comunicado.
Rita Marques destacou ainda que foi possível “lançar uma declaração conjunta de ministros do Turismo subscrita pela Bulgária, Chipre, Espanha, Grécia, Itália, Malta e Portugal, que reforça a necessidade de a UE dedicar ao turismo um pacote de ajuda financeira robusto”, além de defender “uma atenção especial para as regiões e territórios economicamente mais afectados pela pandemia”.
Esta declaração “estimula a mobilidade intraeuropeia, apoiando as companhias aéreas e a definição de medidas sanitárias e de segurança comuns”, defendeu a tutela.
Os ministros do Turismo da UE defenderam hoje que o sector deve ser uma prioridade para Bruxelas no futuro plano de recuperação económica, dado o "impacto negativo" da covid-19, e pediram alterações em regras comunitárias.
Portugal 2020: menos sete milhões de entradas internacionais
Com o turismo europeu estagnado devido às medidas restritivas adoptadas pelos Estados-membros da UE para tentar conter a propagação da pandemia (incluindo limitações nas viagens entre países), este é um dos sectores mais afetados pela covid-19, sendo também um dos que mais pesa no Produto Interno Bruto (PIB) da União (cerca de 10%) e no emprego (12%). É, ainda, responsável por 400 mil milhões de euros de receitas anuais.
Com 16,5% do PIB nacional afectado direta ou indiretamente pelo turismo, Portugal está a ser um dos Estados-membros mais atingido pela paragem no setor.
De acordo com estudo da Oxford Economics, Portugal é inclusive um dos países europeus onde o turismo internacional mais cai este ano devido à pandemia.
Segundo o estudo desta consultora britânica sobre os impactos da covid-19 no turismo europeu, em Portugal deverão registar-se menos sete milhões de entradas internacionais este ano, em comparação com 2019, o equivalente a uma queda de 40%.
Lusa/DI