Alojamento Local: As oito tendências do mercado
Conheça as oito tendências que caracterizam o mercado do alojamento local e das residências secundárias, num estudo elaborado pela Savills em conjunto com a HomeAway™.
O relatório revela que o mercado internacional das casas secundárias evoluiu significativamente nestes últimos dez anos, impulsionado por novas e vantajosas ofertas de crédito e por um sector em franca expansão: o Turismo.
No início dos anos 2000, apenas 14% das residências secundárias eram adquiridas para fins de alojamento local em regime de exclusividade e não para uso pessoal. Atualmente mais de um terço de todas as residências secundárias são adquiridas, unicamente, para uso exclusivo na modalidade de alojamento local.
O estudo identifica as oito tendências que caracterizam o mercado do alojamento local e das residências secundárias:
1. Revolução digital
As plataformas digitais para reserva de alojamentos para férias, como a HomeAway, expandiram-se rapidamente e competem cada vez mais com o setor hoteleiro. Reservas e resposta imediata, a par com sistemas de avaliação e apreciações, tornam estes serviços atraentes para viajantes, estudantes e profissionais globalmente móveis. A ascensão das plataformas online, especializadas em alojamentos para férias, diversificou o mercado e ampliou a oferta tradicional da hotelaria, fazendo simultaneamente emergir novas oportunidades de rendimento, sobretudo para os proprietários de residências secundárias.
2. Uma fonte de rendimento
Num contexto de baixas taxas de juros, vários e diferentes tipos de investidores começam a procurar casas que se transformam em fontes de rendimento extra. Neste sentido, o investimento no arrendamento de casas secundárias transformou-se num negócio para os respectivos proprietários, que conseguem agora compensar os gastos destas residências e, por outro lado, obter um rendimento adicional. Actualmente, a maioria dos proprietários adquire as casas secundárias com a intenção de alugá-las. Em 1971, cerca de 90% dos proprietários pretendiam usar as suas residências secundárias para uso próprio. Actualmente, menos de 40% pretendem utilizá-las para esse efeito. Assim, a tendência passa por investir nas residências secundárias, mais do que aproveitá-las para uso próprio, mas reservando a possibilidade aos proprietários para de ocupar o imóvel nos períodos em que o mesmo não está ocupado, contrariamente ao arrendamento anual.
3. Market intelligence e novos serviços
Actualmente, 45% dos proprietários desejam que a sua propriedade tenha utilidade quando não está a ser utilizada para usufruto dos mesmos. Neste sentido, estes proprietários interessam-se, cada vez mais, por saber quais as tarifas viáveis, taxa de ocupação e quais os custos operacionais antes da compra de uma casa secundária. Estas investidores fazem, consequentemente, aumentar a procura de plataformas de gestão e reservas, bem como serviços de atendimento, acolhimento, limpeza e arrumação.
4. Mudanças Financeiras & Aumento da Oferta de Apartamentos
A procura de alojamentos mais pequenos e mais baratos cresceu desde 2013, uma vez que a oferta de propriedades disponíveis para alugar em período de férias aumentou significativamente com a entrada de novos proprietários no mercado turístico. Após a crise financeira de 2008, o mercado privilegiou os serviços e a oferta já estabelecida e o mercado do alojamento local era liderado apenas por proprietários com elevado capital próprio, com pouca ou nenhuma dependência de empréstimos ou hipotecas. 45% dos proprietários europeus auto-financiaram as suas residências secundárias. A alteração gradual nas condições dos créditos bancários contribuiu para um aumento ligeiro dos empréstimos, uma mudança que contribuiu para o aumento de propriedades para fins turísticos.
Em 2017, 37% das vendas de imóveis corresponderam a vendas com um valor inferior a 200.000 dólares e o preço médio de cada casa adquirida em 2017, correspondeu a 291.000 dólares, um valor inferior a 2007 em 37%. Esta mudança de valores vem acompanhada pela expansão da aquisição de apartamentos, que totaliza 34% dos imóveis comprados em 2017, em contraste com os 26% de 2007. Neste sentido, os preços mais atraentes e as novas possibilidades de compra constituem duas fortes tendências que marcam o mercado do alojamento local.
5. Um Mercado Global
Antes da crise financeira de 2008, os proprietários britânicos dominavam o mercado do alojamento local. Actualmente, proprietários de várias nacionalidades participam no mercado global das residências secundárias. Em 2017, o número de compradores britânicos desceu para 17%, tendo o número de compradores holandeses duplicado no mesmo período.
6. O Regresso de Espanha
O mercado espanhol tem evoluído e está a tornar-se cada vez mais atraente, sobretudo pela contínua recuperação do sector imobiliário. Em 2017, Espanha representou cerca de 21% das vendas de casas na Europa, um valor muito superior aos 11% verificados em 2011. Espanha foi também eleita como o principal destino estrangeiro para investimentos realizados pelos ingleses, holandeses, alemães, italianos e portugueses. Após Espanha, Portugal surge como segundo destino no ranking dos 10 melhores países para investir numa residência secundária (seguidos por França, Estados Unidos e Itália), com 13,2% das intenções de compra.
7. Rotas Aéreas
As rotas aéreas continuam a ter um profundo impacto na decisão de compra das residências secundárias. A inauguração de novas rotas pode ter um impacto positivo nos mercados imobiliários locais, como é o caso em Portugal, com as novas ligações francesas em localidades menos centrais. As companhias aéreas têm vindo a acrescentar novas rotas a partir de França, como por exemplo a rota Nice/Faro com a Easyjet (2 a 3 voos semanais), de Bordeus/Lisboa com a Ryanair (5 voos semanais) ou ainda da mais recente Brive-Vallée de la Dordogne/Lisboa. Neste sentido, o crescimento da fonte de rendimento de alguns proprietários está directamente ligada com as companhias áreas, as novas rotas, preços, distâncias e periodicidade voos.
8. Lar Doce Lar
Uma tendência importante tem sido o aumento de compradores a investir no seu país de origem. Uma realidade que tem afectado sobretudo os proprietários britânicos. Nos últimos três anos, cerca de 39% dos proprietários britânicos investem na compra de residências secundárias no Reino Unido, contrariamente aos anos anteriores à crise financeira, em que apenas 14% investiam no país de origem. Em Portugal, os proprietários de uma residência secundária são maioritariamente portugueses (81%), o que coloca Portugal no 3ª lugar no ranking dos que mais alugam as suas residências secundárias.