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Opinião
Jorge Carvalho, Business Director da Eurofred Portugal

Jorge Carvalho, Business Director da Eurofred Portugal

Sustentabilidade, eficiência e digitalização. Pilares para transformar o futuro da climatização

22 de outubro de 2025

Há muito que conceitos, como sustentabilidade, eficiência energética e digitalização, deixaram de ser tendências passageiras para se afirmarem como pilares transformadores da indústria.

Mas a sustentabilidade não se constrói apenas através dos produtos, também passa pelo conhecimento. Por isso, a importância da formação técnica, quer para os profissionais, quer para outros agentes do setor. É por demais sabido que prolongar a vida útil dos sistemas e assegurar uma manutenção eficiente é positivo para o ambiente e para a rentabilidade das instalações.

A digitalização, por sua vez, tornou-se um aliado imprescindível. Automatizar processos, garantir rastreabilidade, impulsionar a manutenção preditiva e oferecer soluções inteligentes e personalizadas, todos estes são passos decisivos para responder às necessidades atuais e antecipar os desafios de amanhã.

No entanto, o grande desafio está à vista, a readaptação energética do parque imobiliário existente. Isto, partindo de um cenário em que quase 70% dos edifícios em Portugal tem classe de eficiência C ou abaixo disso. Este diagnóstico traduz-se em consumos desnecessariamente elevados, emissões excessivas e menor conforto para os ocupantes. A situação é ainda mais crítica em edifícios residenciais multifamiliares construídos há décadas, sob regulamentos que não contemplavam critérios de eficiência.

E é precisamente aqui que reside a grande oportunidade. A transformação deste parque imobiliário pode tornar as nossas cidades mais eficientes, saudáveis e sustentáveis. Sistemas de climatização e ventilação centralizados, aliados a soluções aerotérmicas de elevada eficiência, oferecem ganhos significativos. Desde logo, menor consumo energético, mas também redução drástica de emissões, melhor qualidade do ar e maior conforto. Tudo isto sem exigir, necessariamente, remodelações profundas nas infraestruturas existentes.

As soluções técnicas estão ao nosso alcance, e vão, desde sistemas aerotérmicos adaptáveis a edifícios antigos, até sistemas centralizados VRF ou de produção de água quente sanitária para grandes projetos residenciais, hoteleiros e terciários. A isto somam-se ferramentas digitais de monitorização e controlo em tempo real, que permitem otimizar consumos, antecipar falhas e prolongar a vida útil das instalações.

Estamos perante uma oportunidade histórica. A reabilitação energética não é apenas uma resposta às metas de descarbonização definidas pela União Europeia. É, essencialmente, um investimento no bem-estar das pessoas, na competitividade económica e na resiliência das nossas cidades.

Cada vez mais, o futuro da climatização passa por esta integração entre sustentabilidade, eficiência e digitalização. Só assim será possível enfrentar os desafios globais e construir um modelo energético mais equilibrado, capaz de garantir conforto, rentabilidade e respeito pelo ambiente para as próximas gerações.

Jorge Carvalho

Business Director da Eurofred Portugal

*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico