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Reactivação da ferrovia entre o Pocinho e Barca d’Alva em ... marcha!

3 de outubro de 2022

No decurso da cerimónia de apresentação dos Estudo da Viabilidade Económica, Técnica e Ambiental da reactivação da linha do Douro, em Freixo-de-espada-a-Cinta, a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, disse que foi dado um passo importante na reactivação do troço da linha férrea do Douro que liga o Pocinho à Barca d’Alva. Um troço de 28 quilómetros que ligam o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d´Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), no distrito da Guarda.

Segundo Ana Abrunhosa, que estava acompanhada pelo o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, “Fazer este troço de via-férrea entre o Pocinho e Barca d’Alva é viável em termos económicos e financeiros. O estudo é claro. E depois é [também] viável técnica e ambientalmente. Obviamente que temos muitos passos a dar pelo caminho. Tecnicamente pode até ser um caso de estudo. Estes estudos são imprescindíveis para nós termos sustentabilidade para se começar a trabalhar no projecto”, sublinhou.


Pocinho


Para a ministra, o investimento previsto de 75 milhões de euros na reabilitação deste troço tem benefícios muito superiores, que resultam da actividade turística neste território.

“Esperamos que este projecto venha tornar mais sustentáveis as várias actividades [económicas e turísticas] e venha contribuir para a coesão territorial nestes territórios”, vincou.

A Linha Ferroviária do Douro actualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é reivindicada a reabertura dos cerca de 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva, desactivado em 1988.

A reabertura deste troço é defendida por autarcas, instituições e população, que defendem tratar-se de um investimento prioritário para o transporte de pessoas e mercadorias, turismo e ambiente.

O estudo de viabilidade económica da reabilitação da Ligação Ferroviária Pocinho/Barca d’Alva, hoje apresentado, aponta para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projectos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.

Revela ainda o mesmo estudo que os benefícios totais “são de 84,2 milhões de euros” e que o troço reaberto irá gerar “importantes impactos” no sector do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população residente.


Barca d'Alva - Foto Victor Oliveira Wikipedia


O projecto tem uma dimensão regional, com impactos económicos principalmente nos municípios directamente servidos por este troço, designadamente Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa (Guarda), Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta (Bragança), mas que se estendem a todo o território do Douro e a concelhos da região Centro.

O estudo indica ainda que a reabertura deste troço da Linha do Douro representa uma redução do tempo de viagem em cerca de “30 minutos”, quando comparado com a alternativa rodoviária existente.

Lusa/DI