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REITS vão trazer projetos de qualidade

20 de janeiro de 2019

Chegamos ao último ano da agitada década de 10 num estado geral bem melhor do que a começamos, de certeza. Prova disto é a pujança do mercado imobiliário português, que encerrou 2018 em suas máximas históricas, sob quaisquer pontos de vista. Todos os segmentos estabeleceram novos recordes estatísticos neste ano que passou.

2019 também será um ano interessantíssimo, nomeadamente sob o ponto de vista de maturação do mercado imobiliário. E aqui deixarei minha sensibilidade do que talvez possamos esperar para o segmento dos residenciais de luxo em Lisboa e no Porto, onde atuamos diretamente, e que continuam a surpreender com seu dinamismo.

Os preços em Lisboa começam a se acomodar, tendo alcançado oficialmente (dados do GeoCI) o valor médio dos 10 mil euros para cada metro quadrado de área privativa, nos projetos classificados como prime. Acreditamos a partir de agora em valorizações condizentes com o estágio maduro em que se encontra o mercado, que seja, de até 10% ao ano, nos melhores casos. Devemos ressaltar que estes são excelentes números, para além de denotarem mais “responsabilidade” sob o aspeto de equilíbrio mercadológico. Bom para todos os steakholders, dos promotores aos compradores finais. No Porto ainda vemos espaço para subidas de preço mais fortes, tendo um potencial de maturação muito semelhante ao de Lisboa.

Portanto, 2019 não será mais um ano surpreendente apenas pelos números, pois a estes, felizmente, ficamos acostumados após o desempenho dos últimos anos. A surpresa, creio, virá da quantidade e qualidade dos novos projetos que serão lançados. E é tudo fruto da maturação do mercado imobiliário a que me refiro no início deste artigo. Vejamos: aprovou-se recentemente a criação, no mercado de capitais, daquele que deve ser o mais importante veículo de fomento ao desenvolvimento imobiliário: os Real Estate Investment Trusts (REIT). Todos comemoramos este facto como uma vitória, pois além do efeito prático, demonstra a disposição do poder público em dar suporte aos investidores de maior porte, inclusivamente os estrangeiros, que dependiam apenas da criação deste tipo de estrutura para viabilizar o aporte de capital no mercado português. Este novo ingresso de recursos, vindo de players dos mais variados sítios do planeta, provocará uma competição saudável pela realização de bons produtos imobiliários, também com a contribuição de know-how de outras fontes, e assim continuará este belo ciclo de maturação do mercado imobiliário Português. Estamos ansiosos por mais projetos vanguardistas, com alta tecnologia embarcada e pensados para os exigentes consumidores do luxo moderno. Um excelente ano a todos!

Fernando Goldman

Diretor da Consultan

*Texto publicado na edição em papel  do Diário Imobiliário no Jornal Económico. Escrito com o novo Acordo Ortográfico