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Perspectiva dos edifício do Hotel Palácio e do MACAM - Imagem METROURBE Arquitectos

Museu de Arte Contemporânea Armando Martins em Lisboa adiado para o final do ano

9 de fevereiro de 2024

O Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM) abre no final deste ano, refere a gestão daquele espaço num comunicado no qual anuncia uma distinção recebida, nos prémios britânicos Surface Design Awards.

“O MACAM - Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, cuja abertura está prevista para o final de 2024, foi premiado na categoria de superfície exterior de Edifício Público na edição deste ano dos britânicos Surface Design Awards”, lê-se no comunicado agora divulgado.

O prémio distinguiu a fachada de azulejos tridimensionais, da autoria da ceramista Maria Ana Vasco Costa, da ala nova do MACAM, que será dedicada às exposições temporárias.

Aquele que é o primeiro prémio para o MACAM é o quinto atribuído a Maria Ana Vasco Costa nos Surface Design Awards. A ceramista já tinha sido distinguida nas edições de 2016 e 2017, na categoria de interiores, e em 2018, por fachadas de edifícios particulares. Este ano, além da nomeação na categoria de edifícios públicos, que venceu, estava também indicada pela fachada de um edifício privado, em Algés.

A cerimónia de entrega dos prémios aconteceu, em Londres, no âmbito do Surface Design Show, “dedicado ao design e materiais para revestimento de paredes interiores e exteriores”.


Armando Martins na apresentação do projecto MACAM


Perspectiva do futuro Hotel Museu e do edifício MACAM


Um projecto de excelência

O MACAM deveria ter sido inaugurado em 2021, tendo a abertura sido depois adiada para o primeiro semestre deste ano. O atraso da inauguração foi justificado com constrangimentos ditados pela pandemia da covid-19 e agravados pela guerra na Ucrânia, assim como com a complexidade do projecto de reabilitação e adaptação do edifício que irá acolher o museu.

Localizado na Rua da Junqueira, no Palácio dos Condes da Ribeira Grande, onde funcionou o Liceu Rainha Dona Amélia, o MACAM é “uma iniciativa cultural privada dedicada à arte moderna e contemporânea que irá também incluir, dentro das suas paredes, um hotel de 5 estrelas denominado The Curator”.

Em Outubro de 2020, ficou a saber-se que o coleccionador e empresário do Grupo Fibeira, com actividade na promoção imobiliária, hotelaria e serviços, Armando Martins, iria abrir no ano seguinte um museu de arte contemporânea para exibir uma colecção com 400 obras de artistas portugueses e estrangeiros.


Azulejos tridimensionais da ceramista Maria Ana Vasco Costa -Imagem MACAM


A colecção de Armando Martins reúne obras de artistas como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Chafes, José Pedro Croft, Lourdes Castro, entre outros, indicou a curadora e futura directora do novo museu, Adelaide Ginga.

Quanto a artistas estrangeiros, estão representados na colecção Gilberto Zorio, John Baldessari, Albert Oehlen, Olafur Eliasson, Marina Abramovic, Antoni Tàpies, Antonio Ballester Moreno, Juan Muñoz, Santiago Sierra, Carlos Aires, Pedro Reyes, Carlos Garaicoa, Ernesto Neto, Marepe, Rosângela Rennó, Vik Muniz e Isa Genzken, entre outros.

Algumas das obras já foram cedidas para exposição em espaços museológicos como o Museu Nacional de Soares dos Reis e o Museu de Serralves, no Porto, o Museu Calouste Gulbenkian, o Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o antigo Museu Colecção Berardo, em Lisboa, assim como o Museu Rainha Sofia, em Madrid, entre outras instituições.


Palácio dos Condes da Ribeira Grande, onde funcionou o Liceu Rainha Dona Amélia - foto da época


A coleção foi iniciada quando Armando Martins tinha apenas 18 anos, e comprou, a meias com um amigo, um conjunto de 35 serigrafias.

A compra da primeira pintura original só aconteceu em 1974, de um artista português, Rogério Ribeiro, e passou a ser mais intensa nos anos de 1980, particularmente de arte portuguesa contemporânea do século XX, estendendo-se depois aos estrangeiros, com artistas de todos os continentes, menos a Oceânia.

Embora tenha seguido o seu gosto pessoal, Armando Martins recorreu, ao longo das décadas, ao aconselhamento de curadores e galeristas como Pedro Cera e Filomena Soares, entre outros.

A colecção de Armando Martins foi distinguida, em 2018, com um prémio da área do coleccionismo, pela Fundação ARCO de Madrid, em Espanha.