
Karl Lagerfeld Residences Lisboa
Milionário português entre potenciais clientes do edifício mais caro da capital
Aquele que é considerado o projeto residencial mais caro de Lisboa – o edifício “Karl Lagerfeld Residences Lisboa” – ainda agora está a ser lançado no mercado, mas já tem vários potenciais clientes em lista de espera, maioritariamente americanos e asiáticos e um deles é português.
Apresentado formalmente esta semana em Paris, o projecto deste edifício classificado como de “ultra-luxo”, irá ser construído nos números 48-50 da selecta Rua Braancamp, bem perto da luxuosa Avenida da Liberdade e a escassos minutos do apartamento de Cristiano Ronaldo, que detinha até agora o recorde do apartamento mais caro de Lisboa, a 13 mil euros o metro quadrado (m2).
Pedro Vicente, CEO da Overseas, o parceiro que a Maison Karl Lagerfeld escolheu para o lançamento do selecto projecto em Portugal, prefere não adiantar para já os valores dos apartamentos, um processo que, sublinha, ainda está a ser definido, adiantando, no entanto, que será “seguramente bem acima dos 20.000 euros/m2”.
“Os preços ainda estão a ser estudados junto das nossas equipas em diferentes países, dos Estados Unidos aos Emirados Árabes Unidos, da França ao Brasil. Não posso ainda dizer se ficarão nos 40 mil ou 30 mil euros (o m2)… O que temos para já é a nossa ideia e será folgadamente acima dos 20 mil/m2 pois sabemos bem qual é a dinâmica do mercado”, realçou Pedro Vicente aos jornalistas, na apresentação do projecto que decorreu no mítico ateliê onde Karl Lagerfeld se inspirava para criar, no muito chique “7e arrondissement “, de Paris.
Karl Lagerfeld, que foi director criativo da Chanel, da italiana Fendi e, claro, da sua própria marca, era também um amante de arquitectura e design, uma paixão que se reflectia nos milhares de livros que adquiriu ao longo da sua vida e que o levaria inclusive a adquirir a 7L, uma biblioteca e livraria que fazia parte de sua rotina de lazer e trabalho.
Foi esta estética multifacetada e depurada que cruza design, moda e arquitetura que o ateliê The One teve por missão imprimir no projecto de Lisboa, num investimento estimado em 35 milhões de euros e que vai reforçar o portefólio global da marca Karl Lagerfeld na área do imobiliário.
E porquê Lisboa?, quisemos saber. “E como é que poderia não ser em Lisboa? Nos anos mais recentes, toda a gente só fala na dinâmica que se vive em Portugal... Há muita criatividade a entrar no país. Estive na semana passada em Nova Iorque e só se falava da capacidade magnética que Lisboa tem neste momento para atrair criatividade. Paris ou Londres, sim, sempre tiveram essa capacidade, mas esta será assim tão diferente de há cinco anos, por exemplo? Não, mas em Lisboa, sim, sente-se essa progressão dinâmica e é aí que nós queremos estar”, realçou Pier Paolo Righi, CEO da Maison Karl Lagerfeld.
Como o Diário Imobiliário noticiou ontem, o edifício vai ter 11 pisos, com apenas 10 apartamentos, entre T3 e T4 e áreas a variar entre os 234 e os 378 m2, o maior de todos em tipologia triplex, o apartamento mais caro do edifício.
Entre os pormenores mais exuberantes do projecto estão, por exemplo, a piscina privada com piso em vidro que é também o tecto da sala do apartamento duplex, a escada escultórica encaixada no triplex (que tem também a sua piscina privativa) ou o sistema de som subaquático instalado nas piscinas e inspirado na que Karl Lagerfeld tinha em Biarritz.
O condomínio vai ter ainda um SPA de acesso a todos os residentes e que incluirá, entre outros requintes pouco habituais, um jacuzzi de água salgada “para garantir uma experiência de floating” devidamente complementado com uma lareira, exemplifica Pedro Vicente. O piso dedicado ao bem-estar vai dispor ainda de um “chuveiro emocional” (uma experiência multissensorial de spa que utiliza água, luz, som e aromaterapia), sala de vapor, sauna, piscina aquecida de bem-estar, sala de tratamento e ginásio.
As comodidades incluem também serviço de concierge 24 horas por dia, com um pormenor de classe – os funcionários estarão vestidos, naturalmente, com vestuário Karl Lagerfeld. Uma assinatura que também surge em todo o mobiliário dos espaços comuns que virão da colecção Karl Lagerfeld Maison. Aliás, os residentes que assim o desejem também poderão ter peças de mobiliário da assinatura do designer alemão.
A arquitectura, desenvolvida com o atelier The One, apresenta uma fachada escultural em forma de “V”, marcada por linhas verticais e por um degradé em tons de vermelho, uma referência ao traço usado por Lagerfeld nos seus esboços.
Uma parceria com a Saint-Gobain – “empresa francesa com mais de 350 anos de história e a responsável pela sala de Espelhos no palácio Versailles, por exemplo” – vai dar um toque não só sustentável mas muito ‘luminoso’ à fachada das “Karl Lagerfeld Residences Lisboa” , explicou Pedro Vicente. “As guardas das varandas vão incorporar vidro reciclado que tem incluído células fotovoltaicas e que irão produzir a energia elétrica necessária para alimentar a iluminação noturna da fachada do edifício”, detalhou ainda o responsável.
Com a comercialização a arrancar formalmente em Abril de 2026 , o primeiro projecto “branded” em Portugal para o mercado residencial tem a data previsível de conclusão para 2028.
A residência de luxo vai juntar-se assim a outros empreendimentos imobiliários pelo mundo com a marca Karl Lagerfeld, como o hotel, em Macau, e as villas em Marbella e no Dubai.
Texto de Marisa Antunes
*O Diário Imobiliário esteve em Paris, França, para apresentação oficial do Karl Lagerfeld Residences Lisboa, a convite da Overseas

















