Lisboa está no top 10 dos principais mercados das casas de luxo
Em termos de crescimento a 12 meses, Lisboa (4,7%) está no top 10 dos mercados residenciais de luxo que mais crescem, o qual continua a ser liderado pelo Dubai (48,8%), indica a edição mais recente do Knight Frank Prime Global Cities Index.
De acordo com a edição mais recente deste relatório, os preços médios anuais no sector residencial de luxo subiram 1,5% nos 46 mercados, tendo em conta o segundo trimestre de 2023. Embora 14 cidades registem descidas de preços nos últimos três meses, 57% das cidades assinalam um comportamento inverso. Dubai lidera crescimento anual e Lisboa está no top 10. Estocolmo em recuperação significativa.
Segundo o relatório da imobiliária Knight Frank, que desde 2021 é parceira da portuguesa Quintela+Penalva, o crescimento dos preços das casas de luxo aumentou no segundo trimestre de 2023 nos principais mercados urbanos. O crescimento médio anual de 1,5% permanece modesto e bem abaixo do pico recente de 10,2% observado no último trimestre de 2021, mas é a taxa de crescimento mais forte desde o terceiro trimestre de 2022. Numa análise geral, 57% dos mercados registaram um aumento dos preços nos últimos três meses e 59% nos últimos 12 meses.
A mudança para taxas de juro mais elevadas foi o catalisador da recente recessão nos mercados imobiliários e, embora os ciclos de aperto ainda não tenham chegado ao fim, há uma sensação em muitos mercados de que o pior da incerteza das taxas de juro já passou.
Lisboa está entre os mercados que mais cresce a 12 meses
Em termos de crescimento a 12 meses, como já referido, Lisboa (4,7%) está no top 10 dos mercados residenciais de luxo que mais crescem, o qual continua a ser liderado pelo Dubai (48,8%). O emirado mantém a posição de topo no ranking pelo oitavo trimestre consecutivo; notavelmente, os preços no Dubai subiram 225% desde que atingiram um mínimo no terceiro trimestre de 2020.
Já Tóquio (26,2%) e Manila (19.9%) ocupam a segunda e a terceira posição, respetivamente, na tabela de crescimento anual. Miami, Xangai, Mumbai, Madrid e Nairobi também antecedem a capital portuguesa. A três meses, o crescimento de Lisboa fica em 1,4% e, a seis, nos 2,3%.
Alguns dos mercados mais afetados pelo abrandamento do sector da habitação, como Auckland e Estocolmo, por exemplo, deram a volta à situação e registaram um crescimento positivo no último trimestre. Aliás, Estocolmo (4,2%) apresenta a melhor classificação no que ao crescimento anual diz respeito, passando do 41º lugar no 1º trimestre para o 10º no 2º trimestre.
O mercado imobiliário de Singapura demonstrou uma resistência notável apesar dos desafios da pandemia, atingindo uma taxa de crescimento anual atual de 4,2%. Os mercados australianos, que inicialmente registaram um crescimento robusto durante a pandemia, sofreram uma forte desaceleração na segunda metade de 2022. No entanto, com a procura a superar a oferta enfraquecida em cidades como Sydney e Melbourne, o crescimento tornou-se positivo numa base anual nessas cidades.
Mudando o foco para os Estados Unidos, e olhando mais abaixo na classificação, Nova Iorque continua a enfrentar uma pressão descendente sobre os preços devido ao aumento dos custos da dívida e à evolução dos padrões de trabalho. Os preços em Londres continuam a cair, embora a procura se tenha mantido forte nos últimos 12 meses. O número de potenciais compradores em Londres em julho ultrapassou a média dos últimos cinco anos em 24%.
"Os mercados imobiliários mundiais continuam sob pressão devido à mudança para taxas de juro mais elevadas, mas os últimos resultados do Knight Frank Prime Global Cities Index confirmam que os preços estão a ser apoiados por uma forte procura subjacente, uma oferta fraca na sequência da interrupção dos projetos de novas construções durante a pandemia e um regresso contínuo dos trabalhadores às cidades. Como a incerteza sobre a direção da inflação parece ter diminuído nos últimos meses, é provável que os ajustamentos de preços em muitos mercados sejam menos pronunciados do que se esperava há três meses", assegura Liam Bailey, diretor mundial de estudos da Knight Frank.
Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela + Penalva, ressalva que Lisboa está entre os 10 principais mercados analisados e que, ainda assim, há margem de crescimento. “O mercado de luxo é um mercado relativamente novo em Portugal, mas com uma enorme procura. A consolidação deste nicho de mercado tem sido sustentada, maioritariamente, pelo investimento de clientes estrangeiros, mas também por clientes portugueses. Neste sentido, o mercado chamado de luxo tem um potencial crescimento nos próximos anos”, diz.