
Lisboa: Ilustração Freepik
Lisboa continua entre as cidades europeias com apartamentos mais caros
O Rent Index realizado pela HousingAnywhere, a maior plataforma de arrendamento de médio prazo da Europa, revela que apesar das rendas continuarem a aumentar, estão a perder força por mais um trimestre. Após sete trimestres de desaceleração dos aumentos de preços, o Index registou um aumento de 3,8% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre de 2024.
Este valor é apenas dois pontos inferior quando comparado com a subida de 5,8% em termos homólogos no final de 2023. Por tipo de imóvel, os preços das rendas registaram um aumento de 3,9% para os apartamentos, 3,2% para os quartos e 4,4% para os estúdios. Apesar do abrandamento do crescimento dos preços, estes continuam a não baixar, o que coloca desafios contínuos em termos de acessibilidade na Europa.
Para Djordy Seelmann, CEO da HousingAnyhwere: "Embora a inflação tenha registado melhorias recentes, continua a exercer pressão sobre as carteiras dos inquilinos. Simultaneamente, o aumento dos custos de construção representa um risco para os planos de expansão da habitação das cidades para fins residenciais. Os líderes do sector e os decisores políticos devem dar prioridade à colaboração para garantir a execução atempada dos planos de expansão da oferta, uma vez que a resolução da escassez da oferta é crucial para aliviar eficazmente a pressão nos mercados de arrendamento da Europa a longo prazo". Um estudo recente realizado pela empresa de investigação BONARD no final de 2023 entre os líderes da Purpose Built Student Accommodation (PBSA) revelou que 52% dos inquiridos prevêem a necessidade de aumentar as rendas para compensar o aumento dos custos de construção.
Lisboa encontra o equilíbrio nos apartamentos, Porto cada vez mais caro
A capital portuguesa destaca-se no que toca aos apartamentos. Com um valor absoluto de 1.700€, é a nona cidade mais cara da Europa para arrendar este tipo de imóvel, com um aumento trimestral de 1,5%. Ainda assim, este valor representa um decréscimo de -21,1% face ao mesmo período do ano passado. Lisboa viu ainda uma descida no valor dos quartos (500€), de -12,3% a nível trimestral e -2,9% a nível anual. Nos estúdios, a tendência é semelhante: a nível trimestral o valor manteve-se inalterado (1.050€) e comparando com o período homólogo a variação é de -4,5%.
O Porto não vai ao encontro da mesma tendência, já que todos os tipos de imóveis viram aumentos nos preços das rendas, com a única excepção dos estúdios. Arrendar um apartamento no Porto pode custar cerca de 1.250€, resultando num aumento de 4,2% comparando com o último trimestre e com o período homólogo. Os quartos mantêm o mesmo valor do último trimestre, 450€, mais 7,8% do que há um ano. Por fim, os estúdios registaram um aumento quase imperceptível, de 0,1%, face ao último trimestre de 2023. A variação anual foi também um valor pouco expressivo, com um decréscimo de -1,1%, o que representa agora um valor absoluto de 890€ para este tipo de imóvel.
O Rent Index da HousingAnywhere analisa as variações dos preços em quartos, apartamentos T1 a T3 e estúdios anunciados na plataforma que receberam o interesse de potenciais inquilinos. Dos +65.000 imóveis analisados em 28 cidades europeias, 98% estão mobilados e 62% incluem despesas.
Apartamentos: Amesterdão e Roma continuam no topo da tabela
Amesterdão e Roma mantêm as suas posições como as duas cidades com os preços mais elevados para apartamentos, com aumentos homólogos mínimos de 0,1% e 2,6%, respectivamente. Turim e Valência registam os maiores aumentos anuais das rendas, com 37,5% e 33,%, mas permanecem entre as cidades europeias com as rendas mais baixas com 1.100€ e 1.400€. No que diz respeito ao preço por metro quadrado, Paris tem o preço mais elevado, com 42,7€ por m2, seguida de Munique, com 33,4€.
Quartos: descida trimestral dos preços
O segmento de quartos registou um decréscimo trimestral nos preços, embora mínimo, de 1%, o que é suficiente para resultar num aumento anual de preços inferior ao dos restantes tipos de imóveis. As cidades alemãs e holandesas dominam a lista das cidades com os preços mais elevados para quartos, com Paris a entrar no ranking na oitava posição. Utrecht regista uma subida significativa na classificação, com um aumento de 26,4% em relação ao ano anterior.
Budapeste continua a ser a cidade mais acessível para arrendar um quarto, com rendas de 330€. Seguem-se Valência e Atenas como as cidades mais acessíveis, tendo ainda registado aumentos anuais significativos de 7,1% e 14,3%, respectivamente.