Valor médio do arrendamento caiu 3,5% na rede da Century 21
O valor médio de arrendamento a nível nacional, na rede da Century 21, caiu 3,5% em 2020, para 817 euros, face ao ano anterior, em que atingia os 847 euros, segundo comunicado da rede de mediação imobiliária.
Apesar disso houve zonas do país em que a descida foi muito mais acentuada, como no Porto, em que caiu 38,5% para 691 euros, Lisboa com uma redução de 15,3% (1.031 euros) e Faro, que assistiu a uma queda de 19,8% nas rendas (702 euros).
Arrendamento: opção flexível
De acordo com Ricardo Sousa, presidente executivo da Century 21 Portugal "esta descida é uma consequência do perfil de procura, com menor capacidade económica, bem como de famílias e jovens que procuram uma solução flexível e temporária de habitação, que optam pelo arrendamento como a alternativa possível”.
O responsável referiu ainda que o ano anterior “foi também marcado pela transferência de muitos imóveis alocados ao alojamento local para o arrendamento de longa duração, o que influenciou o aumento da oferta e um maior ajuste do valor médio de renda nos imóveis transaccionados em mercados como Lisboa e Porto, com a Cidade Invicta a registar quebras de quase 40% no valor médio de arrendamento, e onde os proprietários tiveram que se adaptar para arrendarem rapidamente os seus imóveis".
Na vendas, preços sobem e T2 e T3 os mais procurados
No que diz respeito à venda de casas, “as habitações mais procuradas pelos portugueses em 2020 continuaram a ser os apartamentos T2 e T3, mantendo-se, assim, o comportamento dos consumidores em termos de zonas preferidas, tipologias e dimensões dos imóveis transaccionados”, sendo que “registou-se uma subida de 6,9% no valor médio dos imóveis transaccionados na rede Century 21 Portugal, em comparação com o ano anterior, e o valor médio fixou-se nos 170,5 mil euros, a nível nacional”.
Neste caso, Lisboa subiu 7,4%, para 328.199 euros, enquanto o Porto desceu 0,4% (201.500 euros), tendo Faro caído 3,2% (184.145 euros). Setúbal registou o maior crescimento, de 22,1% (156.048 euros).
Ricardo Sousa acredita que “esta subida do valor médio dos imóveis transaccionados é uma consequência directa da falta de oferta no segmento médio e médio baixo, uma situação que coloca ainda maior pressão na taxa de esforço dos portugueses para aquisição de casa”.
Facturação de Century21 aumentou em 2020
A Century 21 revelou ainda que “entre Janeiro e Dezembro de 2020, a facturação da rede imobiliária superou os 49 milhões de euros, o que representa uma subida de 4,5% face aos 46,9 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior”.
Além disso, “o volume de negócios mediado directamente pela rede Century 21 Portugal e em partilha com outros operadores - onde um agente imobiliário representa o proprietário e outro, de outra empresa, representa o comprador - registou um ligeiro aumento de 1,6% para os 1.977.845.908 euros um indicador que também reflecte o contexto geral do mercado imobiliário, num ano marcado pela pandemia”, lê-se na mesma nota.
Em 2020, “foram realizadas 12.565 transacções de venda de imóveis na rede nacional Century 21 Portugal, o que traduz uma quebra de 4,5% em relação às 13.160 efectuadas em 2019. O trimestre que mais contribuiu para a diminuição de operações de venda foi o segundo, que coincide também com os meses mais impactados pela crise pandémica, ao longo de 2020”, indicou a empresa.
Por sua vez, “o número de operações de arrendamento registou uma subida de 5%, seguindo a tendência crescente do ano anterior. Em 2020, foram realizadas 2.685 operações de arrendamento, mais 127 do que as 2.558 efectuadas em 2019”.
O último semestre de 2020 “revelou os níveis mais elevados de transacções de arrendamento dos dois últimos anos”, destaca a rede imobiliária.
A empresa acredita que “em termos macroeconómicos, 2021 será um ano claramente marcado pela incerteza relativamente à evolução da pandemia e ao seu efeito real na economia, em Portugal e a nível global”.
No que diz respeito ao “sector imobiliário nacional, o mercado residencial é um dos segmentos em que os indicadores são moderadamente positivos, para 2021”, visto que a “procura permanece forte – tanto a nacional como a internacional - porque a maioria das transacções imobiliárias é uma consequência de alterações da estrutura familiar”.
Paralelamente, “o excesso de liquidez dos mercados e as taxas de juro historicamente baixas irão continuar a permitir a atracção de investidores para o mercado residencial”, sendo que a “oferta limitada continuará a ser o maior desafio do mercado imobiliário, em particular nas soluções para a classe média”, indica a Century 21.