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Portugal: défice de habitação, em particular entre os ciganos

 

Portugal: défice de habitação, em particular entre os ciganos

11 de março de 2017

O comissário europeu para os Direitos Humanos, Nils Muiznieks, denunciou o “grande problema” de Portugal em matéria de habitação, particularmente em relação aos ciganos, defendendo que se trata de um desafio a longo-prazo que tem de ser resolvido.

De visita a Portugal durante três dias, e cinco anos depois de ter estado no país pela primeira vez, Nils Muiznieks deslocou-se a Torres Vedras para perceber o ponto da situação das políticas de integração dos ciganos em Portugal, já que a sua vinda insere-se no âmbito do seu trabalho de monitorização.

 “Este é um problema mais amplo que tem de ser resolvido e é reconhecido pelo Governo. Estão à procura de fundos para o fazer, mas tem de haver uma política de habitação de longo-prazo, habitação social, adaptada não só aos ciganos, mas a todos os grupos vulneráveis que precisam de habitação”, disse Nils Muiznieks.

Para o comissário europeu, trata-se de um “desafio a longo-prazo que ainda tem de ser resolvido”, mas que não é o único que Portugal tem de enfrentar no que diz respeito às comunidades ciganas.

“Resolver as condições sociais, da habitação, saúde, educação, sendo que os dados para a educação são bastante dramáticos, de acordo com o que li sobre Portugal, em que 15% de todos os ciganos são iletrados e 25% de todas as raparigas também”, apontou.

No entanto, no que diz respeito aos direitos das mulheres, o comissário europeu referiu que o que se passa em Portugal não é diferente do que se passa noutros países europeus, “em que em muitas comunidades há papéis de género muito tradicionais”.

“Há o reconhecimento da necessidade de dar mais poder às mulheres e de mudar a atitude dos homens no que diz respeito às mulheres activas”, apontou o comissário, acrescentando ter ficado com a perceção de que tanto os mediadores ciganos como as autoridades nacionais “estão conscientes desse desafio”.

Lusa/DI