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Oito arquitectos vencem concursos para projecto de habitação acessível no Porto

11 de janeiro de 2021

Oito arquitectos venceram hoje os concursos para o projecto de construção de habitação acessível em Lordelo do Ouro, no Porto, que terá um investimento público de 43,8 milhões de euros e prevê a construção de cerca de 300 fogos.

As propostas dos arquitectos Francisco António Pinto, Maria Eduarda Penha Souto de Moura e Francisco Afonso de Pina Cabral, de Filipe Madeira e Vânia Saraiva, e de João Castelo Branco, Benedita Silva Pinto e Jorge Miguel Hugo Magalhães foram as vencedoras dos concursos para o projeto de habitação acessível em Lordelo do Ouro, num total de 74 sugestões apresentadas.

Em causa estão três concursos de conceção, um deles para a execução de obras de urbanização, espaço público e paisagismo, e dois para a execução de obras de construção de cinco edifícios de habitação coletiva em Lordelo do Ouro, numa área próxima aos bairros municipais de Pinheiro Torres e da Mouteira.

Na cerimónia, que decorreu hoje na Biblioteca Almeida Garrett e foi transmitida ‘online’ na página da rede social Facebook da autarquia, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, afirmou que esta é “uma oportunidade de regeneração urbanística e ambiental”.

“Identificamos uma oportunidade de regeneração urbanística e ambiental, cujo âmbito ultrapassa a construção de edificado de habitação”, afirmou, acrescentando que este é “um dos maiores terrenos municipais com capacidade construtiva”, ao ter mais de nove mil hectares de terreno.

Também na sessão, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, afirmou que este projeto é uma tentativa de "cerzir" a cidade, ao intervir nos bairros camarários, ajudar a "atenuar" um problema habitacional e permitir uma maior diversificação social. 

Rui Moreira anunciou ainda que a autarquia "não vai ficar por aqui" e que, muito em breve, irá "avançar para poente em direção ao Bairro da Pasteleira”.

A proposta dos arquitetos Francisco António Pinto, Maria Eduarda Souto de Moura e António Pinto venceu, num total de 32 propostas, o concurso para a execução de obras de construção de três dos cinco edifícios de habitação coletiva (blocos A, B e C), tendo-lhes sido atribuído um prémio de 15 mil euros.

O júri entendeu, no entanto, que “nenhuma solução apresentada cumpriu os objetivos da tipologia em altura do edificado”, pelo que recomendou que os vencedores, em diálogo com a autarquia, procurassem melhorar esses aspetos.

A proposta dos arquitetos Filipe Madeira e Vânia Saraiva venceu, num total de 29 propostas, o concurso para a execução de obras dos restantes dois edifícios de habitação coletiva (D e E), tendo-lhes também sido atribuído um prémio de 15 mil euros.

Segundo o júri, a proposta apresentada foi “competente e rigorosa”.

O projeto de Lordelo do Ouro prevê a construção de cinco blocos de habitação numa área de construção bruta de 31.300 metros quadrados que visa a criação de 300 e 320 fogos, de tipologia T2 e T3.

Já a solução apresentada pelos arquitetos João Castelo Branco, Benedita Silva Pinto e Jorge Miguel Hugo Magalhães venceu, num total de 13 propostas, o concurso para a execução de urbanização, espaço público e paisagismo, tendo-lhe sido atribuído um prémio de 15 mil euros.

Além da urbanização, estão previstos trabalhos de renaturalização do troço da ribeira da Granja e a reestruturação viária e urbanística de toda a área.

Segundo o júri, a proposta distingue-se por ser “coesa e coerente”.

Para o projeto de Lordelo do Ouro está previsto um investimento na ordem dos 43,8 milhões de euros, 11,4 milhões de euros dos quais para a urbanização e ambiente e 32,4 milhões de euros para o edificado, explicou o vereador do urbanismo.

Pedro Baganha salientou ainda que o projeto é “o maior concurso das últimas décadas” ao atribuir mais de um milhão de euros em honorários: 660.239 euros no procedimento relativo à construção dos três edifícios, 500.704 euros no procedimento da construção dos dois edifícios e 464.023 euros no procedimento das obras de urbanização.

O lançamento dos concursos de conceção para o projeto de construção de cerca de 300 fogos de habitação para a classe média em Lordelo do Ouro foi aprovado por unanimidade na reunião da câmara do Porto de 23 de março.

De acordo com o cronograma preliminar apresentado pela autarquia, a consignação das primeiras obras está prevista para o início de 2022.

LUSA/DI