Comprar casa em Portugal vai ser mais difícil – diz a Fitch
A agência de notação financeira Fitch prevê que o poder para comprar casa em Portugal deverá agravar-se, embora moderadamente, nos próximos dois anos, de acordo com um relatório hoje divulgado.
“Esperamos que o poder para comprar casa [‘housing affordability’] seja desafiante para os compradores em Lisboa e no Porto, onde os preços das casas estão a crescer rapidamente”, indica Juan David Garcia, director sénior da Fitch Ratings, num relatório divulgado hoje sobre o mercado imobiliário.
‘Housing affordability’ consiste num indicador que mede a capacidade da população para comprar uma casa.
Rácio de crédito vencido deverá estabilizar nos 5%
“Esperamos que a capacidade para comprar casa em termos nacionais se agrave apenas moderadamente nos próximos dois anos”, refere o especialista, acrescentando que, nas grandes cidades, a capacidade de deter uma casa vai enfraquecer em maior medida, pelo facto de os salários estarem a crescer a um ritmo menor do que os preços das casas.
Além disso, a Fitch indica que também a contribuir para este cenário nas grandes cidades estão os compradores estrangeiros com muito capital disponível e a oferta limitada de casas novas.
A agência de notação financeira recorda que os preços das casas em Lisboa e no Porto aumentaram 20%-22% no segundo trimestre de 2018, face ao mesmo período do ano anterior, mais do dobro do crescimento de preços das casas a nível nacional (9%) no mesmo período.
No mesmo relatório, a Fitch antecipa que o rácio de crédito vencido sobre o total de empréstimos para compra de casa nos bancos estabilize em cerca de 5%, face ao pico de 7% em 2014.
“A Fitch espera que o saldo dos empréstimos para compra de casa estabilize em 2018 antes de crescer nos próximos dois a três anos, revertendo a contração de sete anos desde 2011”, lê-se no relatório.
Já para a Europa, no seu conjunto, a Fitch antecipa que o aumento dos preços das casas abrande na maioria dos países, à medida que a capacidade para comprar casa diminui e o crescimento económico abranda.
Lusa/DI