Comprar casa é cada vez mais difícil. Preços aceleraram para 12,9% no 1º trimestre
O Índice de Preços da Habitação, divulgado hoje pelo INE, cresceu 12,9% em termos homólogos, mais 1,3 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior. Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 13,6% e 10,9%, respectivamente.
Em relação ao trimestre anterior, o IPHab aumentou 3,8% (2,7% no trimestre precedente). Por categoria, os preços dos alojamentos existentes aumentaram 4,4%, acima do observado nos alojamentos novos (1,8%).
Entre Janeiro e Março de 2022, transaccionaram-se 43 544 habitações, o que representa uma taxa de variação homóloga de 25,8% (17,2% no trimestre anterior) e uma redução em cadeia de 5,1% (redução de 11,6% em igual período de 2021).
Como referido, o número de transacções diminuiu 5,1% entre o 4º trimestre de 2021 e o 1º trimestre de 2022 (variação de -11,6% no 1º trimestre de 2021). Neste período, as transações de habitações existentes apresentaram uma redução mais significativa do que as habitações novas (taxas de variação de -5,8% e -1,4%, respetivamente).
No 1º trimestre de 2022, o valor das transações de alojamentos aproximou-se dos 8,1 mil milhões de euros, dos quais 6,1 mil milhões de euros respeitaram a habitações existentes (75,5% do total). Por comparação com o mesmo período de 2021, os valores apurados para 2022 representam aumentos de 44,4%, no caso do valor total e de 41,8% e 53,4%, no valor das habitações existentes e das habitações novas, respectivamente. Por meses, o aumento homólogo mais expressivo no valor das vendas observou-se em Janeiro, 50,7%, seguindo-se Fevereiro (49,3%) e Março (36,5%).
No trimestre de referência, as habitações adquiridas por compradores pertencentes ao sector institucional das Famílias corresponderam a 37 840 unidades (86,9% do total), totalizando 7,0 mil milhões de euros (86,1% do total).
Nos três primeiros meses do ano, 2 556 transacções envolveram compradores com domicílio fiscal fora do Território Nacional, dos quais 1 435 corresponderam à União Europeia e 1 121 aos Restantes Países. Estas transacções corresponderam a 5,9% do total de alojamentos transaccionados (3,3% relativos à União Europeia e 2,6% aos Restantes Países). No trimestre em análise, a categoria Restantes Países evidenciou um crescimento de 79,1% face a idêntico período de 2021, sendo que as transações com compradores com domicílio fiscal na União Europeia aumentaram 72,3%, ambos os casos acima dos compradores do Território Nacional (23,6%).
Vendidas 13 464 habitações na Área Metropolitana de Lisboa
O INE avança ainda que no período em análise, foram transaccionadas 13 464 habitações na Área Metropolitana de Lisboa (30,9% do número total). Pelo segundo trimestre consecutivo esta região registou uma redução, relativamente a período idêntico do ano anterior, do respetivo peso relativo, -0,9 p.p.. As regiões Norte e Centro, com respectivamente, 12 371 e 8 721 transacções, registaram igualmente decréscimos nas respectivas quotas regionais, -0,9 p.p. e -0,2 p.p., pela mesma ordem.
No Algarve, as transações de habitações totalizaram 4 129 unidades, ou seja, 9,5% do total. Esta foi a região que mais cresceu em termos de peso relativo regional, mais 1,5 p.p.. Os alojamentos transaccionados no Alentejo ascenderam a 3 113, 1 024 na Região Autónoma da Madeira e 722 na Região Autónoma dos Açores. Na Região Autónoma da Madeira e na Região Autónoma dos Açores observaram-se acréscimos de 0,2 p.p. nas respectivas quotas relativas, para 2,4% e 1,7%, pela mesma ordem, sendo que o Alentejo manteve inalterado o seu peso relativo (7,1%).
A Área Metropolitana de Lisboa concentrou 42,0% do valor total das habitações transaccionadas, menos 1,3 p.p. face a idêntico período de 2021. As transacções de habitações localizadas na região Norte totalizaram 1,9 mil milhões de euros, sendo que no Centro foram de aproximadamente mil milhões de euros. Em ambos os casos, observaram-se reduções nos respectivos pesos relativos, -1,6 p.p. e -0,6 p.p., respectivamente. O Algarve registou um valor de transacções de 1,1 mil milhões de euros, correspondendo a 13,8% de quota regional, mais 2,9 p.p. face a período idêntico de 2021. No Alentejo, o valor das transacções de alojamentos (340 milhões de euros) correspondeu a 4,2% do total, menos 0,1 p.p. em termos homólogos. Na Região Autónoma da Madeira, as habitações transacionadas ascenderam a 205 milhões de euros(2,5% do total), sensivelmente o dobro do valor observado na Região Autónoma dos Açores (1,2% do total).