Compra de casa por parte de famílias portuguesas dispara
Os consumidores nacionais regressam agora em força ao mercado, depois de vários anos, em que a maioria dos portugueses não tinha condições para comprar ou vender os seus imóveis, ou, pura e simplesmente, adiou a sua decisão de realizar transacções imobiliárias por falta de confiança no mercado. Quem o afirma é Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, face aos resultados que a rede apresentou em 2016.
Segundo o responsável, o aumento significativo do número de operações de crédito à habitação – conjugado com o baixo retorno dos produtos financeiros tradicionais e a reduzida confiança no mercado financeiro – está a atrair compradores e investidores para o sector imobiliário.
Ricardo Sousa admite também que este dinamismo do mercado está a ser influenciado pelo aumento significativo da procura internacional em várias regiões de Portugal, em consequência do crescimento exponencial do número de turistas.
Os resultados anuais da rede revelam que o valor médio de venda dos imóveis, a nível nacional, situou-se nos 148 mil euros e cresceu 14% face à média de 130 mil euros verificada em 2015. Os imóveis mais procurados continuam a ser as tipologias T2 e T3.
O perfil do comprador neste momento é, como referido, maioritariamente nacional, na faixa etária entre os 40 e os 55 anos, que procura um imóvel de dois a três quartos. No caso de Lisboa e Porto, com valores abaixo dos 300 mil euros. Nas principais áreas metropolitanas, a procura é, sobretudo, orientada para imóveis com valores inferiores aos 150 mil euros, e nos mercados mais rurais a procura concentra-se em imóveis abaixo dos 100 mil euros. Também por parte da procura internacional começa a predominar um perfil de comprador de um segmento médio, que procura imóveis até 200 mil euros.
Franceses, brasileiros, belgas e britânicos são as nacionalidades que mais compraram em Portugal e as zonas mais procuradas foram Lisboa, Cascais, Porto, Algarve e a Costa de Prata. Em 2016 as transacções internacionais subiram 6%.
De referir que em 2016, a Century 21 Portugal alcançou um crescimento de 36%, com uma facturação que superou os 25 milhões de euros.
Nos 12 meses do ano realizou mais de oito mil transacções de venda de imóveis, o que traduz um aumento de 11% no número de transacções em relação às 7250 efectuadas no período homólogo. Os negócios mediados cresceram 26% para os 593 milhões de euros.
Para este ano, Ricardo Sousa refere que será imprescindível aumentar a oferta de imóveis ajustados às reais necessidades da procura. "Os portugueses não encontram soluções de habitação no centro das cidades, quer em termos de compra, quer de arrendamento, e estão a ser obrigados a procurar casa nas periferias dos grandes centros urbanos", conclui.