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Habitação
Como evitar a ‘elitização’ do centro de Lisboa?

 

Como evitar a ‘elitização’ do centro de Lisboa?

 

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Como evitar a ‘elitização’ do centro de Lisboa?

 

Como evitar a ‘elitização’ do centro de Lisboa?

 

Como evitar a ‘elitização’ do centro de Lisboa?

18 de novembro de 2016

Cabe à Câmara e a outras entidades públicas investir na habitação para que vários tipos de pessoas venham viver para o centro histórico, evitando que haja apenas habitação de luxo – afirma especialista.

A investigadora Patrícia Pereira, da Universidade Nova de Lisboa, defende o investimento público em habitação no centro da cidade para evitar a elitização desta zona e a saída de moradores, como aconteceu durante a requalificação do Parque das Nações.

 

O exemplo do Parque das Nações…

No âmbito do seu doutoramento em Sociologia, concluído em 2013, Patrícia Pereira estudou o processo que deu origem à criação da Expo 98, no qual houve “a substituição de uma população com menos recursos por uma população com mais recursos económicos, acompanhada pela transformação da paisagem urbana e do edificado”.

“Investiu-se numa zona que era desinvestida e isso está a acontecer no centro de Lisboa, o que nos permite olhar de forma comparativa para estes dois processos, que são diferentes, e ver a elitização do centro da cidade”, disse a especialista do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa (CICS.NOVA), em declarações à agência Lusa.

Segundo Patrícia Pereira, no caso do Parque das Nações, “o Estado investiu muito dinheiro a infraestruturar a zona, com a criação de espaços públicos e de uma série de edifícios-chave, e foi isso que atraiu investimento privado”.

Contudo, “não houve produção de habitação pública nem a custos controlados”.

Em vez disso, a população que ali vivia, de classe média-baixa, teve de ser realojada nas redondezas, em Sacavém, Vialonga e Chelas, isto em meados da década de 1990.

“Estas pessoas faziam parte de uma Lisboa anterior e foram ficando esquecidas”, sublinhou a investigadora, para quem “esta realidade foi, de certa forma, escondida para tornar mais premente a necessidade de reabilitar aquela zona”.

Na sua tese de doutoramento, Patrícia Pereira fez, por isso, questão de “desmontar a retórica de vazio urbano” do Parque das Nações, segundo afirmou à Lusa.

 

Centro histórico de Lisboa: processo de ‘gentrificação’ em marcha…

Relativamente ao centro de Lisboa, “estamos a falar do mesmo processo” de gentrificação, em que se está a “substituir a população com menos recursos pela que tem mais-valias económicas”, referiu a responsável.

Relacionando esta situação com o aumento da pressão turística e do imobiliário, Patrícia Pereira apontou que “um dos maiores receios é que deixe de haver pessoas a morar no centro”.

“Que as casas que são apenas para investimento – nem todas são de alojamento local – passem a ficar vazias e que todo o centro deixe de ser vivido quotidianamente e passe apenas a ser um sítio para ser visitado”, concretizou.

Para Patrícia Pereira, à Câmara e a outras entidades públicas cabe “investir na habitação e tentar que vários tipos de pessoas venham viver para o centro histórico”, evitando “que haja apenas habitação de luxo”.

Voltando a comparar a realidade do Parque das Nações e do centro de Lisboa, a especialista do CICS.NOVA considerou que em ambos se verificou “a necessidade de tornar Lisboa mais atractiva e de colocar Lisboa no mapa”.

No Parque das Nações, este foi, na sua óptica, “um processo profundamente desigual e injusto para determinadas pessoas, com características ‘elitizantes’”.

Hoje, sexta-feira, pelas 18:00, Patrícia Pereira apresenta estas conclusões num debate sobre “Zona Ribeirinha Oriental: Um caso de Gentrificação”, promovido pela associação Habita na sua sede, na Rua dos Anjos.

Lusa/DI