Cerca de 5.000 famílias em lista de espera para apoios habitacionais na Madeira
Cerca de 5.000 famílias madeirenses estão inscritas para apoios habitacionais do Governo Regional e a maioria – 4.365 – procura o programa de habitação social, indicou a empresa pública do sector, referindo que as tipologias mais requeridas são T1 e T2.
“Aquelas famílias numerosas que havia nos anos 80 [do século passado] estão cada vez mais a diminuir. É uma lógica que segue o país inteiro: as famílias têm cada vez menos elementos”, disse à agência Lusa João Pedro Sousa, presidente da Investimento Habitacionais da Madeira (IHM).
O responsável explicou que 55% das candidaturas ao programa de habitação social da IHM correspondem a famílias constituídas por dois a três elementos e 25% são de membros isolados, ao passo que os agregados de quatro a cinco pessoas representam 17%.
Com base nestes indicadores, os novos projectos da empresa incidem sobretudo na construção de casas de tipologia T1 e T2, estando previsto um total de 783 novos fogos até 2026, dos quais 533 financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que canaliza 136 milhões de euros para o sector na Madeira.
O presidente da IHM explicou que os principais motivos das candidaturas aos apoios habitacionais prendem-se com más condições de habitabilidade das famílias (25%), dificuldade no pagamento de rendas ou crédito (25%) e sobrelotação do espaço onde vivem (20%).
Por outro lado, 12% das candidaturas são de famílias regressadas da Venezuela na sequência da crise política e socioeconómica que afetou aquele país, sobretudo entre 2016 e 2019.
“A renda é calculada em função dos rendimentos do agregado e o valor mínimo que, neste momento, estamos a praticar é 35 euros”, disse João Pedro Sousa.
A Investimentos Habitacionais da Madeira é detida a 100% pela região autónoma e gere 64 conjuntos habitacionais no arquipélago, num total de 4.500 fogos, dos quais 4.217 em regime de habitação social, onde residem cerca de 12.000 inquilinos.
Lusa/DI