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Habitação by century 21

 

45% dos portugueses querem mudar de casa depois do confinamento

25 de junho de 2021

A pandemia veio trazer uma nova perspectiva às nossas casas. A Century 21 Portugal realizou um estudo para perceber como os portugueses vêem a sua habitação e o que gostariam de mudar nela. 

Quase todos os inquiridos (95%) passaram o confinamento na sua residência habitual e o grau médio de satisfação com a casa onde passaram o período de recolhimento obrigatório imposto pela pandemia é de 8,3 em 10. Contudo, 65% dos inquiridos identificaram novas necessidades relativamente à sua habitação, durante o confinamento e, de acordo com os resultados do estudo realizado pela Century 21 Portugal, após o confinamento 45% dos portugueses assumem que gostariam de mudar de casa.

Porém, 29% confessaram que gostariam de mudar mas não têm capacidade económica, 11% já tinham planeado mudar de casa antes do confinamento, 3% não tinham planeado mas, após o confinamento, consideraram uma mudança de habitação, enquanto 2% dos inquiridos afirmam que gostariam de mudar mas sentemse desencorajados com o processo de comprar e vender, e pelo próprio conceito de mudança. Salienta-se, ainda, que 43% dos inquiridos sentem-se satisfeitos com a casa onde vivem.

Para os que afirmaram o desejo de ter outra habitação, as principais razões para considerarem a mudança são a constatação de que a casa actual se tornou demasiado pequena (25%), precisam de mais espaço para as crianças (21%), procuram uma casa numa zona mais calma (14%) e 11% afirmaram desejar uma casa no campo. Importância dos aspectos da habitação Para os portugueses, o factor mais importante é o valor da casa. Já antes do confinamento o preço registava uma ponderação muito elevada, de 8,9 em 10 e, depois do confinamento, a sensibilidade ao indicador preço aumenta 0,3 para os 9,2 em 10.

Na opinião de Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, "o mercado imobiliário continua a registar níveis elevados de procura, o que confirma que as famílias têm vontade, e necessidade, de mudar de casa, como também se conclui neste estudo. A nível nacional, a oferta de soluções habitacionais, de um modo geral, adequa-se à procura e está em linha com os rendimentos das famílias portuguesas. Contudo, a acessibilidade à habitação é condicionada pelas elevadas taxas de esforço registadas em Lisboa e noutras cidades da Área Metropolitana de Lisboa, no Algarve e Área Metropolitana do Porto. Nestas zonas, a oferta limitada continua a ser o maior desafio do mercado imobiliário, sobretudo nas soluções ajustadas às necessidades e ao poder de compra da classe média".

Importância da zona envolvente

Quer antes, quer depois do confinamento, os aspectos mais importantes na zona envolvente da casa são a localização numa área sossegada e silenciosa, a proximidade a supermercados, lojas, parques e zonas verdes, acessibilidade a transportes públicos e a vizinhança. Depois do confinamento, a proximidade aos filhos ou família e a de zonas de restauração são os aspectos que ganharam mais importância e ambos sobem 0,4 pontos.

Zona habitacional e tipo de casa

Quer antes, quer depois do confinamento, mais de metade dos inquiridos (53%) assume manter a preferência por habitar na mesma zona em que vive atualmente. Dos que se mudariam para outro local, uma zona periférica do centro da cidade é a localização preferida (35% antes e 31% depois do confinamento), seguida pelo centro da cidade (24% antes e depois). Antes do confinamento, apenas 17% procuravam morar fora da cidade. Depois do confinamento, já 20% dos inquiridos indicaram que mudariam para fora das cidades.

A moradia de um piso é o tipo de habitação mais desejado e esta opção é apontada por 39% dos inquiridos, quer antes, quer depois da pandemia.

Área e configuração da casa

Depois do confinamento, a preferência por uma casa de 151 a 200 m2 sobe três pontos, em linha com o aumento da área média da habitação, que antes do confinamento se fixava nos 146m2 e depois do confinamento cresce para os 149m2.

Em relação às tipologias da habitação, o confinamento fez aumentar três pontos o interesse por casas de quatro quartos, e a preferência por habitações com quatro casas de banho sobe dois pontos.

O facto de ter espaço ou condições para teletrabalho (30%), ter espaço para as crianças brincarem (29%) e o edifício ter amplos espaços comuns (28%) são as principais características que os inquiridos procuram na sua nova casa.

Valor máximo da renda ou hipoteca

As novas necessidades de habitação assinaladas pelos inquiridos contrastam com a realidade da capacidade financeira das famílias portuguesas. Embora a vontade de mudar exista e os principais recursos que pretendem na sua nova casa sejam ter áreas maiores e edifícios com amplos espaços comuns, a verdade é que o poder de compra dos consumidores não acompanha os valores da atual oferta de habitações existente no mercado imobiliário nacional.

Os resultados do estudo demonstram que os montantes que mais pessoas estariam dispostas a pagar por uma hipoteca, ou arrendamento, situam-se entre os 301 a 400 euros (25%) e entre os 201 a 300 euros mensais (22%). Já 17% poderiam pagar até 500 euros mensais, enquanto apenas 11% dos inquiridos têm disponibilidade financeira para chegar aos 600 euros.

Entre os inquiridos que afirmaram ter o desejo de mudar de habitação, 46% ainda não começaram a procurar uma casa, 21% ainda estão à procura, enquanto 16% já encontraram a casa que procuravam. O principal motivo apontado por quem não adquiriu, ou arrendou, casa é o facto da habitação pretendida estar além das suas possibilidades financeiras.

Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, acrescenta: " A pandemia veio mudar a perspectiva que temos da casa e valorizar a importância que a habitação assume na nossa vida. Nesta nova realidade, o que se torna evidente é a necessidade de mais espaço para teletrabalhar- indicada por 30% dos inquiridos- e para as crianças passarem mais tempo em casa (29%). As famílias também pretendem que os edifícios tenham amplos espaços comuns (28%) e saiu reforçado o sentimento de propriedade, com 89% dos portugueses a afirmarem que querem ser proprietários. Surpreendente é também o facto da maioria dos inquiridos, 53%, afirmarem que querem viver na mesma zona e, os que afirmam que ponderam mudar de zona, 35% optam por uma zona periférica ao centro da cidade."

Os resultados do estudo demonstram ainda que quase nove em cada 10 famílias preferem ser proprietárias de uma casa, 59% acreditam que se trata de um investimento no futuro e 21% assumem mesmo que a casa é uma herança que pretendem deixar para os filhos. Neste âmbito, as taxas de juro historicamente baixas continuam a gerar atratividade para a opção de compra, bem como o aumento do crédito à habitação, que se verifica desde o ano passado. Apesar dos critérios de concessão mais restritivos – em termos de limites nas LTV e nas taxas de esforço - o crédito à habitação continua disponível para famílias e jovens adquirirem casa, e este é um factor determinante para a dinamização do mercado residencial nacional.

Dos 11% que optam por habitação arrendada, 57% justificam que de momento não têm capacidade financeira para investir na aquisição de casa, 19% ainda não tomaram decisões sobre a zona onde querem viver e apenas 11% preferem arrendar para terem maior mobilidade.