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Habitação by century 21

 

2020 termina com uma subida no preço mediano das casas de 7,8%

5 de maio de 2021

Nos últimos três meses de 2020, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1 188 euros/m2, mais 7,8% do que no período homólogo e mais 1,7% face ao 3º trimestre. Porto registou maior crescimento e Lisboa desceu, revela hoje o INE - Instituto Nacional de Estatística.

De acordo com o INE, em 12 NUTS III houve uma aceleração dos preços da habitação superior à verificada no país (+0,2 pontos percentuais), incluindo o Algarve (+2,4 p.p.) e a Área Metropolitana do Porto (+1,0 p.p.). Ainda assim, em treze sub-regiões houve uma desaceleração dos preços, nomeadamente, na Região Autónoma da Madeira (-8,5 p.p.) e na Área Metropolitana de Lisboa (-1,0 p.p.).

Tendo como referência os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, o Porto registou a maior taxa de variação homóloga (+21,2%), no 4º trimestre de 2020 (últimos três meses). A relação entre os valores da avaliação realizada pelos bancos para o crédito à habitação e os preços de habitação sugere menores valores relativos da avaliação nos municípios com preços medianos superiores a 960 euros/m2 . 

O relatório do INE indica que a evolução da taxa de variação homóloga entre o 3º e 4º trimestre de 2020, de 7,6% para 7,8%, evidencia uma ligeira aceleração dos preços da habitação, interrompendo a desaceleração verificada nos dois trimestres anteriores.

No período em análise, as três sub-regiões com os preços mais elevados – Algarve (1 809 euros/m2), Área Metropolitana de Lisboa (1 638 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (1 288 euros/m2) – registaram, simultaneamente, taxas de variação homóloga – +10,1%, +9,6% e +14,7%, respetivamente – mais expressivas que a do país (+7,8%). Para além destas três sub-regiões, também a Região Autónoma da Madeira (1 264 euros/m2) registou um preço mediano superior ao país, apresentando, contudo, um crescimento homólogo (+3,7%) inferior ao do país. Entre as 25 NUTS III do país, destaca-se, com o maior crescimento homólogo, a Área Metropolitana do Porto (+14,7%), e com o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares, o Alto Alentejo (433 euros/m2).

46 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional

No período em análise, 46 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios) e Área Metropolitana de Lisboa (15 em 18). O município de Lisboa (3 377 euros/m2) registou o preço mais elevado do país. Verificaram-se também valores superiores a 2 000 euros/m2 em Cascais (2 787 euros/m2), Oeiras (2 353 euros/m2), Loulé (2 286 euros/m2), Porto (2 142 euros/m2), Albufeira (2 026 euros/m2) e Lagos (2 016 euros/m2), mais um município que no trimestre anterior.

A Área Metropolitana de Lisboa foi a sub-região com a maior amplitude de preços entre municípios (2 477 euros/m2): o menor valor registou-se na Moita (900 euros/m2) e o maior em Lisboa. O Algarve, a Área Metropolitana do Porto, a Região Autónoma da Madeira, a Região de Coimbra e o Alentejo Central apresentaram também diferenciais de preços entre municípios superiores a 1 000 euros/m2 .

Lisboa com o preço mediano de alojamentos familiares mais elevado

No 4º trimestre de 2020 (últimos 12 meses), a cidade de Lisboa apresentou o preço mediano de alojamentos familiares mais elevado (3 377 euros/m2), entre as sete cidades com mais de 100 mil habitantes. A cidade do Porto destacou-se por registar simultaneamente o maior crescimento face ao período homólogo (+16,6% vs. +9,9% em Portugal) e o maior crescimento face ao trimestre anterior (+6,3% vs. +2,4% em Portugal). Face ao período homólogo, todas as cidades com mais de 100 mil habitantes registaram aumento dos preços. Para além do Porto, verificou-se uma variação expressiva em Vila Nova de Gaia (+13,8%). Funchal (+11,7%) e Amadora (+11,2%) registaram também um crescimento homólogo superior ao valor nacional (+9,9%) e as cidades de Braga (+9,1%), Coimbra (+7,6%) e Lisboa (+4,0%) registaram os menores crescimentos relativos.

Lisboa, tal como em trimestres anteriores, voltou a registar um crescimento homólogo inferior ao nacional, verificando-se uma desaceleração do crescimento homólogo dos preços desde o 4º trimestre de 2018. Face ao 3º trimestre de 2020, a taxa de variação homóloga diminuiu em quatro cidades: Lisboa (-1,3 p.p.), que registou a maior diminuição, Amadora (-0,8 p.p.), Braga (-0,6 p.p.) e Coimbra (-0,4 p.p.).

No 4º trimestre de 2020, nas cidades de Lisboa, Porto, Funchal, Amadora, Coimbra e Vila Nova de Gaia, o preço de venda de alojamentos manteve-se acima do valor do país. Braga (1 032 euros/m2) foi a única cidade com mais de 100 mil habitantes que registou um preço inferior ao valor nacional, tal como em trimestres anteriores.

Lisboa registou a maior diferença entre os preços de alojamentos novos e usados

A cidade de Lisboa registou a maior diferença entre os preços de alojamentos novos (4 555 euros/m2) e de alojamentos existentes (3 261 euros/m2): 1 294 euros/m2 . Lisboa distinguiu-se também, tal como em trimestres anteriores, por apresentar os preços mais elevados, entre as sete cidades com mais de 100 mil habitantes, em todas as classes de tipologia do alojamento consideradas. A maior diferença entre os valores medianos nas quatro classes de tipologia do alojamento registou-se no Porto, entre as tipologias T0 ou T1 (2 500 euros/m2) e T4 ou superior (1 820 euros/m2). A cidade da Amadora registou a menor diferença de preços entre as quatro classes de tipologia do alojamento (233 euros/m2): a tipologia T4 ou superior assumiu o menor valor mediano (1 516 euros/m2) enquanto as tipologias T0 ou T1 apresentaram o mais elevado preço da habitação (1 749 euros/m2) na cidade.