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Entrevistas

 

Toda a arquitectura tem impacto decisivo sobre a natureza

3 de junho de 2019

Arranca amanhã a 7ª edição do Arquitecturas Film Festival (AFF) no Cinema São Jorge e traz para o debate o tema Human Nature com um programa que resulta de um longo processo de Selecção, com mais de mil inscrições de filmes provenientes de um total de 32 países.

Foram escolhidos 55 filmes para competição em quatro categorias - Ficção, Documentário, Experimental e Novos Talentos - que traduzem o mote central do festival, contar histórias sobre o ambiente urbano que nos rodeia e abrir discussões trazendo a Lisboa as obras mais inventivas do género a nível mundial em curta e longa metragem, revelando novos autores e apoiando o regresso de cineastas que o festival tem vindo a acompanhar.

Sofia Mourato, directora do AFF, em entrevista, revela que é preciso compreender que toda arquitectura, da menor construção à maior obra de infraestrutura urbana, tem um papel de impacto decisivo sobre o espaço natural, hoje fragilizado pela contínua acção predatória do homem.

Qual a expectativa para esta edição do Arquitecturas Film Festival?

O tema Human Nature foi pensado para suscitar um debate sobre o papel da arquitectura em relação ao futuro da humanidade no planeta. Nesse sentido, esperamos este ano aumentar o público presente ao festival. A nova casa do Arquiteturas, no Cinema São Jorge, é uma aposta nesse sentido. Esperamos com isso despertar o interesse do público em geral e contar principalmente com a presença da comunidade local dos arquitectos para aprofundarmos esse debate.

O que destaca nesta edição?

Destacamos a presença de um número significativo de filmes portugueses na programação e a participação da Holanda como país homenageado. Destaque também para a sessão italiana que trata de memória na arquitectura e no design; e a sessão brasileira sobre o actual momento político do país. Teremos também actividades paralelas como um workshop crítico sobre o urbanismo da praça Martim Moniz”; uma masterclass sobre filmes de arquivo; um debate sobre colectivismo, uma oficina para crianças e uma festa em homenagem aos 100 anos da Bauhaus. 

De que forma esta iniciativa liga a arquitectura às questões sociais e ambientais e a opinião pública? e como a arquitectura pode actual nestas temáticas?

Human Nature propõe pensar a arquitectura como agente central na transformação do espaço natural e também o seu papel na elaboração de alternativas de preservação deste mesmo espaço. Os filmes da programação reflectem sobre questões como sustentabilidade de recursos naturais, economia circular, agricultura vertical, mineração predatória, arquitectura socialmente engajada, mas propõe principalmente reflectir sobre a arquitectura como uma prática humana que ultrapassa a mera projectação e edificação, para pensá-la como protagonista na modificação geológica do planeta. 

Qual a importância do tema desta edição Human Nature na arquitectura? Como vê o futuro da arquitectura?

É preciso compreender que toda arquitectura, da menor construção à maior obra de infraestrutura urbana, tem um papel de impacto decisivo sobre o espaço natural, hoje fragilizado pela contínua acção predatória do homem. É preciso pensar a  sustentabilidade como critério basilar de uma arquitectura não do futuro, mas de um presente urgente. Como mostram os filmes da programação deste ano, os riscos relativos ao aquecimento do planeta e ao esgotamento de recursos hídricos e de terra cultivável não são futuros distantes, mas questões que já afligem populações mundo afora.

O Diário Imobiliário é Media Partner do AFF e tem para oferecer bilhetes grátis. Basta enviar um email para o geral@diarioimobiliario.pt

Consulte o programa AQUI