Promotores nacionais e internacionais vão continuar a investir no segmento médio-alto e alto
Com a escassez de fogos novos, promotores nacionais e internacionais vão continuar fortemente a investir no segmento médio-alto e alto, em linha com o ano de 2020, admite Nuno Antunes, Global Chief Real Estate Officer da HipoGes.
O responsável garante ainda que a empresa tem a ambição de ser de uma forma consolidada, o maior gestor de activos imobiliários em Portugal provenientes do desinvestimento bancário.
De recordar que a HipoGes foi fundada em 2008 e é actualmente uma plataforma de referência no setor de Asset Management com mais de 21.000 milhões de euros em activos sob gestão. Entre estes activos estão incluídas, por exemplo, hipotecas residenciais e adjudicadas, créditos de fomento à construção, créditos ao consumo sem garantia e créditos a PMEs. Em Portugal, tem mais de 8.000 activos em gestão.
Como analisa o mercado imobiliário português (com contextualização da situação pandémica)? Quais as suas potencialidades?
O mercado imobiliário Português não é alheio à crise inesperada da pandemia, contudo mostrou a sua resiliência durante este período, tendo mantido os preços da habitação. E apesar de se terem realizado menos transacções, a construção não parou e os bancos continuaram activamente a financiar o crédito à habitação.
Penso que dada a escassez de fogos novos, os promotores nacionais e internacionais vão continuar fortemente a investir no segmento médio-alto e alto, em linha com o ano de 2020 onde foi possível em plena pandemia observar várias empresas internacionais a “aterrar” fortemente no mercado Português.
Contudo, o residencial de 2a mão, que representa mais de 80% das transacções em Portugal, é natural que tenha um ajuste negativo nos preços, em especial após o fim das moratórias, o que seguramente irá ter um impacto na Economia.
Com o crescimento do comércio digital, a necessidade de plataformas logísticas modernas junto aos grandes centros urbanos é cada vez mais uma necessidade premente e seguramente que iremos observar o aparecimento de alguns novos projectos nesse sentido. Adicionalmente, com o crescimento do teletrabalho seguramente que iremos observar algum movimento/procura de moradias fora dos grandes centros urbanos uma vez que a necessidade de estar no centro da cidade é menor. Isso irá criar a necessidade de novos projectos de loteamento adaptados às necessidades deste fluxo.
Que tipo de activos são mais atractivos em Portugal para a HipoGes?
A Hipoges tem no seu portfólio todas as tipologias de activos, contudo é no ciclo do sector residencial que a empresa se sente mais confortável. Desde terrenos para construção a edifícios por terminar até ao segmento residencial de segunda mão ou novo.
Qual o volume de activos sob gestão em Portugal? e quanto pretendem atingir nos próximos tempos?
O grupo Hipoges tem mais de 8.000 activos em gestão em Portugal e sem termos um número fixo de meta, queremos continuar a crescer de uma forma sustentada, garantido que não temos quebras na qualidade de serviço prestado aos nossos clientes. Contudo, temos claramente a ambição de sermos de uma forma consolidada, o maior gestor de activos imobiliários em Portugal provenientes do desinvestimento bancário.
Quais as maiores dificuldades encontradas no sector de Asset Management em Portugal?
Diria que a principal dificuldade do sector é a falta de profissionais qualificados para muitas das funções que são necessárias dentro de um Asset Manager. Uma vez que a grande maioria dos nossos clientes são fundos de investimento internacionais, com um elevado grau de exigência! Isto obriga a uma constante formação de equipas para que se esteja preparado para absorver novo negócio, bem como uma elasticidade das equipas internas quando isso acontece.