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Portugal apresenta inúmeras vantagens competitivas e sairá desta crise reforçado

16 de abril de 2020

A Vanguard Properties é neste momento a maior promotora imobiliária em Portugal. Com vários projectos de grandes dimensões no país, entre eles, as Terras da Comporta, as obras continuam a decorrer e apesar de algum abrandamento na procura na 2ª metade do mês de Março, o início deste mês voltou a subir o interesse em comprar. José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, em entrevista ao Diário Imobiliário revela ainda que os portugueses também estão a comprar e acredita que Portugal vai sair reforçado desta crise.

Como se posiciona a Vanguard Properties neste período de pandemia?

A empresa mantém-se em plena actividade, tendo as suas equipas em teletrabalho, mas continuando a desenvolver intensa promoção dos seus produtos e de Portugal através dos canais on-line. Em termos de posicionamento de produto, mantemos a nossa estratégia, de desenvolver produtos e conceitos altamente diferenciados e nalguns casos únicos, podendo, no entanto, a breve prazo, entrar no AL e adquirir um grande projecto de segmento médio e médio-alto.

Vão ser realizados alguns ajustes na construção? As obras vão continuar?

A construção dos nossos diversos empreendimentos decorre a bom ritmo, havendo em alguns ligeiros atrasos na entrega de equipamentos e materiais. Felizmente, as empreiteiras foram capazes de implementar medidas de protecção e de mitigação dos riscos, mantendo durante esta fase, um bom ritmo de produção. Pelo que, poderá haver algum atraso no planeamento contratual estabelecido, mas nada de preocupante. Neste momento, não prevemos qualquer alteração, ou seja, interrupção de qualquer obra, visto que, foi demonstrado até hoje que as medidas implementadas funcionam. Garantimos aos nossos parceiros que estamos, inclusivamente, habilitados a financiar a aceleração das obras, dado que nalguns casos, há maior capacidade de produção.

Que impacto espera ter nos projectos da Vanguard?

O impacto verificado até ao momento resulta resumidamente em oito cancelamentos de reservas, três cancelamentos de assinatura de contratos de promessa de compra e venda e adiamento de cerca de 25 contratos de promessa. Tal representa cerca de 10% do valor global dos contratos de reserva e de promessa de compra e venda, acreditando que, a larga maioria das reservas irão ser convertidos em contratos de promessa, semanas após o fim do estado de emergência. No entanto, após um período de cerca de 15 dias, sem qualquer nenhum pedido de informação, a partir do final de Março, recomeçaram os pedidos de informação, tendo desde então vindo a acelerar. Na primeira metade de Abril, recebemos cerca de 45% do número médio de pedidos verificados no 2º trimestre de 2019, ou seja, estamos paulatinamente a recuperar. E, acreditamos, que durante os próximos 30 dias, concluiremos várias operações de venda em planta, de valor bastante significativo.

Do ponto de vista económico e financeiro o impacto é basicamente nulo visto que não usamos o valor dos sinais para financiar os desenvolvimentos. Globalmente, considerando a elevada qualidade e diferenciação dos nossos produtos, a elevada solvência do grupo e credibilidade granjeada no mercado, associado ao facto, de Portugal manter e até poder sair reforçado desta crise, em termos da sua imagem global, acreditamos que no prazo de seis a 12 meses estaremos novamente a crescer. Acreditamos que a venda em planta é provavelmente a única forma de venda de imóveis, à distância, através da internet e dos meios tecnológicos hoje disponíveis. A Vanguard Properties ao vender apenas produtos em planta, no segmento alto e super premium, tem uma clara vantagem e oportunidade de se expandir. Por fim, ao nível do produto, iremos acelerar algumas inovações que estávamos a desenvolver conceptualmente e que oportunamente serão dadas a conhecer.

Como estão a decorrer as vendas? Que nacionalidades estão a comprar ou a mostrar interesse?

As vendas entre Outubro e início de Março de 2020 estavam a decorrer a um excelente ritmo, verificando-se um grande número de portugueses a comprar, o que nos deixou e deixa muitos satisfeitos. Entre 13 e 27 de Março, através dos diversos canais, não recebemos qualquer pedido de informação, considerado relevante. A partir de então, paulatinamente, o processo retomou, primeiro com clientes Asiáticos e agora, também portugueses, Norte Americanos, Brasil, Europa, Angola e África do Sul, atingindo agora cerca de 45% do ritmo anterior. Na última semana, verifica-se um claro crescimento e o interesse esperando nas próximas semanas concluir não menos de dez vendas em Lisboa, Muda e Algarve.

Vão manter os investimentos previstos?

Sim, a Vanguard Properties, mantém inalterado o seu programa de investimento por várias razões. O grupo, tem uma elevadíssima solidez económica e financeira, visto que, detém cerca de 60% do valor do seu portefólio em activos de rendimento gerando um rendimento permanente, permitindo assim ultrapassar fases de alguma volatilidade da promoção pese o facto de todas as nossas promoções imobiliárias apresentarem uma boa performance comercial e financeira. Continuamos a acreditar que Portugal apresenta inúmeras e grandes vantagens competitivas e por isso, sairá desta crise, reforçado, nomeadamente se soubermos introduzir programas que visem atrair capital estrangeiro. Por fim, o stock de produto de qualidade é relativamente escasso pelo que, pretendemos ter nova oferta, de grande qualidade, daqui a cerca de dois anos, tempo necessário para desenvolver a infraestrutura e os respectivos projectos como é caso, por exemplo, da Terras da Comporta, na Comporta e Foz do Tejo, no Jamor – Oeiras.

Como se encontra o projecto da Herdade da Comporta?

O projecto, agora denominado, Terras da Comporta está a avançar a bom ritmo. Efectuámos a reparação dos equipamentos electromecânicos cuja manutenção foi inexistente durante anos. Contratámos a Tecnoplano para realizar a fiscalização das futuras obras de infraestruturas e zonas comuns e procedemos à actualização de alguns projectos das especialidades. Vamos, muito em breve, lançar o concurso para as empreitadas dos dois loteamentos. Retomámos a relação com o mundialmente famoso arquitecto David Mclay-Kidd responsável pelo projecto do golf do Dunes, e estamos na fase de acordo com um outro grupo, incluindo uma estrela mundial do golf para o Links. O nosso objectivo é terminar a infraestrutura do Dunes num prazo de 14 meses e o Links em 18-20 meses a partir da data da adjudicação. Por fim, a Vanguard Properties, contratou a Saraiva + Associados para coordenar a totalidade da arquitectura e especialidades, indo este gabinete, cooperar com uma série de arquitectos conceituados, nos diferentes loteamentos residenciais, turísticos e hoteleiros.

Acredita no facto da imagem de Portugal sair reforçada e que vamos assistir a um impulso ainda maior de investidores estrangeiros?

Portugal até agora tem tido uma boa performance em termos de saúde publica e cumprimento por parte da população das determinações do Governo e da DGS. Esse facto não foi alheio a múltiplos meios de comunicação de grande projecção e impacto de vários países, o que tem vindo a contribuir para que Portugal esteja novamente no mapa dos investidores e daqueles que equacionam viver na Europa. Claramente, Portugal, é hoje o país europeu, mais seguro e mais apelativo para se viver e acreditamos que essa vantagem irá ser reforçada pós Covid-19. E digo isto não só visando os reformados, mas também famílias que cada vez mais procuram Portugal visto que, Lisboa e Porto, são cidades crescentemente vibrantes. É para Portugal uma excepcional oportunidade e que não devemos desperdiçar até porque, com os custos desta crise, vamos precisar, de continuar a aumentar a receita, pela via do investimento e do consumo e não pelo continuo aumento de impostos, receita que só terá como consequência, colocar-nos na cauda do crescimento e da riqueza da EU.