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País não perdeu qualidades para continuar a ser um bom destino para turismo e investimento

17 de setembro de 2020

Rentrée 2020: Pedro Rutkowski, CEO da WORX - Real Estate Consultants, admite que a pandemia veio colocar o investimento on hold, apesar de existir muita liquidez no mercado. 

Para o responsável, é fulcral estar-se disponíveil para ouvir os investidores, para continuar a receber o seu interesse e confiança e tudo indica que 2021/22 serão anos de recuperação uma vez que o grau de incerteza das empresas e investidores será mais reduzido, acabando por tomar as decisões adiadas em 2020.

Num ano atípico o que podemos esperar do mercado imobiliário na Rentrée?

Sabemos que os principais operadores têm capital e vontade de investir, no entanto ainda vivemos um momento de wait and see. A pandemia veio colocar o investimento on hold, apesar de existir muita liquidez no mercado. Tanto os investidores como as direções das empresas incutem cautela nas suas decisões, percebendo que muitas medidas vieram para ficar e irão alterar permanentemente a nossa realidade. Alguns dos projectos/investimentos planeados sofreram atrasos, sendo concluídos em 2021. O mercado imobiliário sempre foi cíclico e neste momento atravessamos uma das fases desse ciclo, apesar de neste caso se esperar um ciclo mais curto. Neste sentido, tudo indica que 2021/22 serão anos de recuperação uma vez que o grau de incerteza das empresas e investidores será mais reduzido, acabando por tomar as decisões adiadas em 2020.

Quais os desafios que o sector tem pela frente?

 Ao longo dos últimos anos o mercado imobiliário atravessou uma fase muito positiva, o que lhe permitiu dar uma resposta eficaz às inúmeras necessidades existentes em todos os sectores. Presentemente será necessário ajustarmo-nos, incorporar novas soluções funcionais na criação dos activos, utilizar novos materiais assim como sistemas construtivos e tecnologia adaptada aos tempos em que vivemos.

Em Portugal, se por um lado assistimos a um decréscimo abrupto do turismo, aumento do desemprego e diminuição do rendimento das famílias, por outro lado vemos a aceleração de tendências anteriores, tais como o desenvolvimento das práticas de teletrabalho e o crescimento do comércio online, que pode impactar a procura dos imóveis afectos a escritórios e ao retalho. Certamente existirão outras oportunidades no mercado, e o país não perdeu nenhuma das qualidades para continuar a ser percepcionado como um bom destino para turismo e investimento. No entanto, é necessário que seja restabelecido o fluxo de pessoas e que a economia volte a crescer.

Quais as previsões para o mercado até ao final do ano?

É fulcral estarmos disponíveis para ouvir os investidores, queremos continuar a receber o seu interesse e confiança. Ao longo destes últimos meses tivemos a oportunidade de pôr em prática novos métodos de trabalho, testar novas ferramentas, e reflectir sobre novos projectos, adquirindo novas competências que nos ajudarão nas dificuldades futuras.

O último trimestre, habitualmente mais forte, sofrerá uma natural pressão sob o investimento adiado ao longo do ano, sendo possível assistirmos a algumas concretizações. O retalho e a hotelaria continuarão a sofrer os impactos do surto, com quebras significativas que serão restauradas pouco a pouco. Em relação ao sector de escritórios e de logística a expectativa é que continuem dinâmicos, com a procura das empresas a retomar e com o contínuo crescimento do comércio online. É certo que iremos conseguir retirar oportunidades das dificuldades, e existem negócios que não irão deixar de se realizar apesar da COVID-19.