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Palacio Sinel de Cordes - foto de Fernando Guerra © FG+SG.

De Setembro — Dezembro, a «rentrée» cultural da Trienal

7 de agosto de 2024

A «rentrée» cultural da Trienal de Arquitectura aí está. Em Setembro, é lançado um novo ciclo de programação no pólo cultural da Trienal que está sediado no Palácio Sinel de Cordes. Da Vídeo-arte à música, da arquitectura aos sistemas alimentares, os formatos são diversos e todos de entrada gratuita. Dois festivais, quatro tertúlias com ateliers da arquitectura nacional emergentes e duas exposições, uma dedicada a quem habita obras de Álvaro Siza e uma representação oficial de Espanha na última Bienal de Arquitectura de Veneza.



FUSO 2024 © Driss Aroussi



16ª edição do festival internacional de vídeo-arte FUSO

Com uma agenda a fervilhar de propostas para o fim do Verão, o pólo cultural da Trienal volta a abrir portas a 30 de Agosto com uma sessão da 16ª edição do festival internacional de vídeo-arte FUSO, que pelo 3.º ano consecutivo transforma o pátio do palácio numa sala de cinema ao livre. Nesta noite de sexta-feira, a sessão A Mera Possibilidade de um Futuro com curadoria de Laila Hida (Marrocos), apresenta 5 curtas metragens e uma conversa entre a curadora e Vítor Belanciano.





Tormento

Na semana seguinte, a 5 e 6 de Setembro, é a vez de uma cantata-performance electrónica para um ensemble feminino de 12 vozes a interagir com as centenárias árvores do pátio do Pólo Cultural da Trienal no âmbito do Operafest. Intitulado Tormento, é um espectáculo concebido pelo artista Gustavo Sumpta e com música do compositor Nuno da Rocha para celebrar os 500 anos do nascimento do poeta Luís de Camões dando vida à mítica figura do Adamastor do Canto V d’Os Lusíadas. São duas sessões por dia, uma às 21h e outra às 22h.

O ciclo de tertúlias Conversas et al. arranca com a primeira de quatro conversas entre o público e uma nova geração de talentos portugueses que fundaram ateliers de arquitectura sediados em diferentes territórios: Porto, São Miguel, Coimbra e Lisboa. Os encontros têm lugar quinzenalmente às quintas-feira, pelas 18h30. A 19 de Setembro, recebemos o atelier Mero Oficina, seguido pelo Mezzo Atelier  (3 de Outubro), o Branco del Rio  (17 de Outubro) e KWY (31 de Outubro). Cada atelier traz uma pessoa cúmplice e um objecto que ajuda a desconstruir os seus processos criativos.



Habitar Siza © Eduardo Ascensao



Habitar Siza

Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora é uma exposição que analisa o modo como as pessoas que habitam espaços desenhados por Álvaro Siza experienciam e interagem com a disposição espacial dos seus apartamentos, as micro-tecnologias da casa, os espaços públicos dos edifícios e o estatuto de atracção turística dos prédios onde moram.

Preenchendo a lacuna de investigação existente sobre a obra de Siza, relativa à quase ausência de estudos sobre a recepção e apropriação da sua arquitectura por quem lá mora, o estudo debruça-se sobre três casos a partir de uma metodologia etnográfica: o Bairro da Bouça no Porto, a Malagueira em Évora e Terraços de Bragança em Lisboa, onde vivem populações bem distintas. A exposição inaugura a 10 de Setembro com um conjunto de apresentações.

"Ao comer, digerimos territórios"

"Ao comer, digerimos territórios": Foodscapes, a exposição que representou Espanha na Bienal de Arquitectura de Veneza, tem inauguração marcada a 14 de Setembro e estará patente no Pólo Cultural da Trienal até 14 de Dezembro. A partir de vários documentários vídeo foca o contexto agro-arquitectónico espanhol, o motor alimentar da Europa a partir de uma série de vídeos documentais, que mostram o que se esconde por trás dos nossos alimentos, em plena crise energética.

Com curadoria de Eduardo Castillo-Vinuesa e Manuel Ocaña, Foodscapes estuda a forma como a comida é produzida, distribuída e consumida e olha para o futuro para explorar outros modelos possíveis, capazes de alimentar o mundo sem devorar o planeta.

Inserida na Mostra de Espanha em Portugal, a exposição encerra a programação de artes visuais do Pólo Cultural da Trienal em 2024, que arrancou em Janeiro com Fertile Futures, a Representação Portuguesa na mesma Bienal de Arquitectura de Veneza.