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Foto wikimedia

Créditos com Euribor a 3 e 6 meses apenas vão atingir máximos no Verão – alerta Mário Centeno

4 de abril de 2023

A maioria dos créditos indexados à Euribor a três e seis meses ainda estão com indexante inferior ao que tinham quando foram contratados, disse hoje Mário Centeno, sublinhando, contudo, que estes apenas atingirão o máximo no Verão.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, está hoje a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças sobre a actuação da banca na comercialização ou pedidos de renegociação de crédito à habitação e desajustamento dos juros nos depósitos a prazo em face das condições de mercado, na sequência de um requerimento do PSD.

Considerando que a situação actual é "desafiante", devido à forma rápida como a subida das taxas de juro se tem transposto para os indexantes da generalidade dos créditos à habitação, Mário Centeno referiu que 75% dos contratos indexados à Euribor a três meses e 69% dos indexados a seis meses "têm um indexante inferior ao indexante utilizado no contrato inicial".

Já no caso dos indexados à Euribor a 12 meses esta situação contempla 34% dos contratos.

Porém, adiantou, enquanto no caso da Euribor a 12 meses, o valor máximo do indexante já terá atingido o 'pico' em Fevereiro, já os contratos indexados a três e seis meses "apenas atingirão os seus máximos durante os meses do Verão deste ano".

Em causa estão 70% dos contratos de crédito à habitação, tendo em conta que actualmente 40% dos contratos utiliza Euribor a seis meses, 30% a três meses e 30% a 12 meses.

Estes dados, referiu, indicam que "este processo [de impacto da subida dos juros na prestação do empréstimo da casa] ainda não atingiu o fim", sendo por isso este um processo "em curso" que deve ser acompanhado com "cuidado".

Mário Centeno disse ainda que neste momento "todos os contratos a três e seis meses já sofreram alguma actualização", enquanto a 12 meses foram cerca de metade.

Um número reduzido de famílias, 20%, tem apenas créditos à habitação - disse - enquanto “metade das famílias tem taxas de esforço com outros empréstimos superiores a 23%”

Lusa/DI