
Edifício da C.M .da Guarda
Câmara da Guarda aprova venda de terreno para hospital privado de 25 M€
A Câmara da Guarda aprovou, ontem, por unanimidade, a alienação de um terreno, situado junto ao parque industrial, para a construção de um hospital privado do grupo Embeiral.
A hasta pública tinha sido retirada da ordem de trabalhos da reunião quinzenal do executivo, realizada a 20 de Fevereiro, por causa das dúvidas dos vereadores da oposição relativamente ao processo.
O terreno foi adquirido, com entrega de proposta em carta fechada, pela Embeiral Vida por cerca de 115 mil euros para construir o Hospital São Mateus Guarda, que implicará um investimento de 25 milhões de euros (ME) e vai criar 197 postos de trabalhos.
Quinze dias depois, PSD e PS realçaram que nunca estiveram contra a instalação de uma unidade de saúde privada na Guarda e votaram favoravelmente a venda do lote tendo em conta “as explicações do presidente da Câmara”, disse Adelaide Campos, vereadora do PS.
“O que o PS tem questionado é a forma como o processo foi conduzido, com falta de transparência e de linearidade, pelo presidente da Câmara. Nós queremos o melhor para cidade, não estamos nem nunca estivemos contra o hospital privado”, sublinhou a socialista.
Também o social-democrata Carlos Chaves Monteiro argumentou que o que esteve em causa há quinze dias foi “a má condução do processo” por parte do presidente da autarquia.
“Este podia ser o segundo hospital privado na Guarda se o actual presidente do município não tivesse votado contra a construção de um outro há quatro anos, quando era vereador, por motivos eleitorais”, recordou o vereador e antigo presidente da Câmara.
Chaves Monteiro deixou “dois lamentos”, que, na sua opinião, comprovam que “o interesse público não está devidamente salvaguardado” no processo.
O primeiro tem a ver com o facto de o caderno de encargos “só obrigar a empresa a manter o investimento durante cinco anos”, alertou o vereador da oposição.
O segundo, também de acordo com o caderno de encargos, “obriga a Câmara da Guarda a pagar o valor das construções executadas pela empresa em caso de incumprimento por parte do promotor. Se assim for, isto é pura e simplesmente um negócio imobiliário”, criticou.
Para Sérgio Costa, presidente da autarquia, eleito pelo movimento Pela Guarda, com a aprovação da hasta pública pelo executivo estão “criadas as condições para que, finalmente, este investimento possa vir a ser uma realidade num futuro próximo”.
“É uma boa notícia para anunciar à Guarda e à Beira Interior”, afirmou o autarca.
O edil guardense considerou ainda que “todas as dúvidas da oposição foram esclarecidas há quinze dias. Hoje, uma vez mais foi explicado que não há processo mais limpo e transparente do que uma hasta pública”.
“O que aconteceu na última reunião de Câmara foi, no mínimo, um episódio triste”, lamentou.
Sérgio Costa acrescentou também que “devemos sempre defender a saúde pública, mas os hospitais e os serviços de saúde privados são excelentes complementos ao Serviço Nacional de Saúde”.
Segundo o presidente do município, o hospital privado vai surgir na Guarda “nos próximos anos, porque agora é preciso fazer o projecto, licenciar a obra, lançar o concurso da empreitada pela empresa”.
O projeto será desenvolvido pela Cliniform Saúde, empresa do grupo Embeiral Vida, em parceria com as restantes empresas do grupo de saúde Casa de São Mateus, sediado em Viseu.
Lusa/DI