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BCE preocupado com os riscos do crescimento exagerado de fundos imobiliários

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BCE preocupado com os riscos do crescimento exagerado de fundos imobiliários

6 de abril de 2023

Com mais de 30% do imobiliário comercial nas mãos de fundos de investimento na Zona Euro, o Banco Central Europeu alerta para os riscos para o equilíbrio da financeiro da Zona Euro.

Segundo o relatório macroprudencial de Abril do BCE, o valor dos activos líquidos desses fundos triplicou nos últimos 10 anos. De acordo com o Banco Central Europeu, o crescimento dos fundos imobiliários de investimento em relação ao mercado imobiliário em toda a zona do euro os torna interdependentes, aumentando o risco de uma crise. 

O relatório indica que a instabilidade nos fundos de investimento imobiliário poderá ter implicações sistémicas para os mercados imobiliários e, por consequência, afectar a estabilidade do sistema financeiro mais amplo, devido à exposição directa das instituições financeiras aos mercados imobiliários e da economia real. O alerta do BCE destaca a importância de monitorizar cuidadosamente os riscos associados aos fundos e tomar medidas para prevenir uma possível crise financeira.

De acordo com o BCE, isto é particularmente relevante dada a deterioração das perspectivas nos mercados imobiliários. “Existem sinais claros de vulnerabilidade nos mercados imobiliários, incluindo a diminuição da liquidez do mercado e as correções de preços, impulsionadas em grande parte pela incerteza nas perspectivas macrofinanceiras e pela pressão monetária”, alerta.

A preocupação do BCE prende-se com desiquíbrio entre os resgates de dinheiro dos fundos e os activos em si, que são mais ilíquidos. “Isto pode tornar esses veículos – os fundos – vulneráveis para corridas de resgates como aquelas que ecoam através do sistema financeiro recentemente”, afirma o banco central.

O relatório exemplifica o fundo Blackstone Real Estate Income Trust, que precisou limitar os resgates dos investidores.

Perante estas preocupações, o BCE defendeu a criação de regras para ajudar os fundos a gerir melhor o aumento da procura por liquidez e incorporar os custos dos resgates, que podem crescer num momento de dificuldade no mercado.