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Souto Moura ganha Prémio Arquitectura do Douro com Central Hidroeléctrica do Tua

 

Souto Moura ganha Prémio Arquitectura do Douro com Central Hidroeléctrica do Tua

 

Souto Moura ganha Prémio Arquitectura do Douro com Central Hidroeléctrica do Tua

 

Souto Moura ganha Prémio Arquitectura do Douro com Central Hidroeléctrica do Tua

 

Souto Moura ganha Prémio Arquitectura do Douro com Central Hidroeléctrica do Tua

16 de dezembro de 2019

O arquitecto Souto Moura venceu o Prémio de Arquitectura do Douro com a obra da Central Hidroeléctrica do Tua, que ficou quase integralmente subterrânea para harmonizar a edificação com a paisagem do Douro Património da Humanidade.

O anúncio foi feito hoje, em São João da Pesqueira, concelho do distrito de Viseu, durante a cerimónia do 18.º aniversário da classificação do Alto Douro Vinhateiro (ADV) como Património Mundial da UNESCO.

“Queria agradecer à UNESCO, que chumbou o projecto que a EDP queria fazer e que me deu a possibilidade de ter feito este, e agradecer à própria EDP o empenho com que tratou o tema, muito delicado, e a maneira como contornou e lutou para que se efectivasse esta construção contra tudo e todos e que não foi nada fácil”, afirmou Eduardo Souto Moura, durante a entrega do prémio.

O arquitecto vencedor do prémio Pritzker 2011 foi o responsável pela concepção do edifício instalado junto à foz do rio Tua, no âmbito da barragem que a EDP construiu entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Alijó (Vila Real).

O empreendimento, inserido no Plano Nacional de Barragens, foi alvo de muita contestação por causa dos impactos na paisagem protegida do Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património Mundial em 2001.

Para o júri do prémio foi “decisiva e determinante a intervenção da arquitectura, enquanto metodologia disciplinar, na construção da Central Hidroelétrica do Tua, acima de tudo, por assegurar a manutenção do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade”.

Aos jornalistas, o arquitecto contou que este “foi um projecto complicado” e “polémico”.

“A própria existência do projecto era contestada, mas de repente, por milagre, ficou tudo calado, silenciado”, referiu.

Souto Moura disse ainda que “tentou o mais possível inserir dentro da montanha o conjunto de equipamentos, para diminuir a escala da intervenção”.

“O resultado final é que a montanha tem um conjunto de aparelhos técnicos, tal como pode ter automóveis, guindastes, arados, é um conjunto de máquinas e a montanha permanece como ela é. Daqui a uns anos ainda vai ficar mais integrada porque as máquinas vão ficar no meio das oliveiras que estamos a plantar”, explicou.

O arquitecto sublinhou que, para si, “um aspecto muito importante que é a reposição da paisagem o mais possível parecida com o que era antes”.

Quanto ao Prémio Arquitectura do Douro, Souto Moura disse que foi “uma espécie de confirmação nacional”, já que a Central Hidroelétrica do Tua ganhou também, recentemente, o Grande Prémio Internacional de Arquitectura BigMat 2019.

Durante a cerimónia, foi também atribuída uma menção honrosa à dupla de arquitectos Susana Rosmaninho e Pedro Azevedo, com o projecto de arquitectura do Centro Interpretativo do Vale do Tua, que, segundo o júri, representa “um notável projecto de reabilitação, reutilização e valorização de icónicos armazéns devolutos ou abandonados”.

A outra menção honrosa foi para o arquitecto Francisco Vieira de Campos, com o projecto de arquitectura da Casa do Rio, unidade de alojamento turístico, em Vila Nova de Foz Côa, que pertence à Quinta do Vallado.

O Prémio Arquitectura do Douro foi criado e lançado em 2006 pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) para promover boas práticas de arquitectura no Património Mundial.

A cada dois anos, o galardão distingue “intervenções de construção, conservação ou reabilitação de edifícios ou conjuntos arquitetónicos” construídos após a classificação pela UNESCO.

O júri do prémio foi composto por representantes da CCDR-N, da Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte, da Entidade Regional do Turismo Porto e Norte e pelo arquitecto Álvaro Andrade, vencedor da última edição com o Centro de Alto Rendimento do Pocinho.

O reconhecimento foi, igualmente, atribuído ao Museu do Côa, da autoria dos arquitectos Camilo Rebelo e Tiago Pimentel, ao Armazém da Quinta do Portal, em Sabrosa, do arquitecto Álvaro Siza Vieira, ao Museu da Vila Velha, em Vila Real, do arquitecto António Belém Lima, e à Adega da Quinta da Touriga, em Foz Côa, do arquitecto António Leitão Barbosa.

LUSA/DI