Cozinhas do futuro! Está preparado?
O instituto Silestone realizou o relatório "Global Kitchen: a cozinha doméstica na era da globalização". Saiba como este espaço irá evoluir no futuro!
O estudo concluiu que será um espaço super conectado, de lazer, de trabalho, de saúde e relação. Além disso, irão profissionalizar-se técnicas e aparelhos próprios de cozinhas profissionais, complementados por electrodomésticos inteligentes.
O estudo que resulta numa publicação que recorre às principais tendências, tanto de design como do seu uso, que a cozinha irá ter no futuro, revela que a cozinha, além de se consolidar como o centro do lar, está destinada a converter-se num espaço destinado a outras utilizações. Na verdade, hoje em dia, é uma das áreas da casa ao qual as pessoas mais se dedicam e investem. Mas como será daqui a 25 anos? Irá mudar de cor segundo o nosso estado de espírito? Será um lugar “sagrado”? Ou um espaço para a criatividade?
No relatório Participaram 17 personalidades do mundo da cozinha, da arquitectura e do design, entre eles o chefe Andoni Luis Aduriz (**Michelin com o Mugaritz) e Gastón Acurio; o antropólogo da Universidade de Harvard Richard Wrangham, o arquiteto Piero Lissoni e a designer industrial Patricia Moore. Assim como outras personalidades relevantes do mundo da sociologia, alimentação, da tecnologia e sustentabilidade.
Uma pesquisa realizada em mais de 800 espaços de venda de cozinhas do mundo, fornece dados sobre a importância que as pessoas dão a este compartimento da casa.
É evidente que a cozinha irá recuperar o foco central que sempre ocupou numa casa, o calor do fogo que tem vindo a ser afastado pela tipologia das casas das classes mais altas (cheiros separados do resto da casa, acesso ao aquecimento central em todos os quartos, etc.) e também pelo estilo de vida da maioria das famílias actualmente".
Os especialistas consultados adiantam também que além disso, reforça a cozinha como um espaço de relação e lazer em família, podendo ser o mesmo um local de trabalho; e por isto vai integrar-se cada vez mais com o resto da habitação. Assim, será um espaço multiuso e espera-se o seu esquecimento como espaço independente. O seu design, que irá ter em conta não só o aspecto estético e funcional, mas também o valor emocional e ser um espaço de relaxe e bem-estar.
O boom tecnológico também passa pela cozinha. A conectividade e os electrodomésticos inteligentes irão permitir, não só facilitar as tarefas de compra, cozinhar e lavar mas falar ao telefone, ou inclusive, ver televisão. Isto irá permitir que se profissionalize a cozinha doméstica, e facilitar o acesso a equipamentos que até agora só são possíveis de comprar na área da restauração, que haja uma extensão de conhecimentos e um interesse cada vez maior pela alimentação, a nutrição e o disfrutar de uma refeição.
Em relação ao design da cozinha, serão tidos em conta valores como a eficiência e poupança energética, a flexibilidade e a sustentabilidade dos materiais - sem ter prejuízo quanto a sua durabilidade, segurança e higiene. Neste sentido, as bancadas serão multi-funcionais, podendo cozinhar diretamente a partir da bancada, sem precisar de uma placa especifica para essa função.
Por tudo isto, a cozinha dentro de 25 anos será um espaço social e de saúde (impulsionado pela generalização de métodos de cozinha mais saudáveis, alimentos cultivados em casa ou de quilómetro zero), de relação com o resto dos habitantes da casa (espaço para socializar, trabalhar, etc.) e conexão com o ambiente (fazer compras online, interatuar com o exterior, etc.). Esta transformação transversal da cozinha vai requerer muito de profissionais de âmbitos como o design, a arquitetura e a decoração de interiores. Mas também de sociólogos, nutricionistas e especialistas do meio ambiente e energético.
O centro da casa
Uma pesquisa realizada a 842 profissionais de lojas de cozinha e casas de banho de oito países (Austrália, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Itália, Portugal, Reino Unido e Suécia) complementa a informação Global Kitchen com a sua valorização sobre a evolução do espaço da cozinha no que diz respeito ao uso, design e equipamento, tanto pela sua cerâmica e contacto directo com o utilizador final como pela sua própria experiência e conhecimento do sector.
Segundo 87% dos casos, a cozinha vai ter cada vez mais uma maior relevância como zona de actividade e reunião de casa. De facto, 81% considera que formará um único espaço com um espaço de comer e um salão, e se utilizará, segundo 92,3% para reunir-se com a família, amigos, para trabalhar ou fazer deveres (60,9%) ou para navegar na Internet (62,4%).
A conexão da cozinha à Internet e dispositivos móveis (Tablet, telemóveis, computadores, wearables…) e os electrodomésticos inteligentes destacam-se como as principais inovações tecnológicas a curto-médio prazo, por dentro de soluções sustentáveis, quer seja em economizar água e energia, como em gestão de resíduos. Na análise por países, observam-se, porém, diferenças na hora de seleccionar a inovação mais destacada. Enquanto que na Austrália e no Brasil é dado um maior protagonismo a novas formas de cozinhar, em Itália ou no Reino Unidos, os protagonistas são os electrodomésticos inteligentes. Por outro lado, em Espanha ou nos Estados Unidos, é a conectividade.
As bancadas do futuro permitirão cozinhar directamente sobre a superfície, apesar de incorporar conectividade e actuar como painel de controlo. Outras tarefas que serão incorporadas são o cálculo do peso e as propriedades nutricionais dos alimentos, absorção de líquidos e auto-limpeza.
O Instituto Silestone é uma plataforma de investigação internacional, impulsionada pelo Grupo Cosentino, para difundir o conhecimento em torno da cozinha.