Aldeia histórica de Póvoa Dão vendida por 2,3 milhões a investidor português após disputa internacional
A aldeia medieval de Póvoa Dão, no concelho de Viseu, foi vendida por 2,3 milhões de euros num leilão electrónico da Leilosoc que atraiu propostas de vários países. A licitação, que terminou a 5 de dezembro, registou 72 lances e contou com participantes da Alemanha, Brasil e Estados Unidos, embora tenha sido um investidor português — residente em Lisboa — a assegurar a proposta vencedora. A identidade do comprador não foi divulgada.
Localizada a 14 quilómetros de Viseu e com origens documentadas nas inquirições afonsinas anteriores a 1258, Póvoa Dão é considerada uma das aldeias mais antigas da região. Em tempos abandonada, foi adquirida em 1995 pela construtora Ramos Catarino, que investiu cerca de 3,5 milhões de euros na recuperação de 32 casas, da capela e de vários equipamentos, incluindo restaurante, piscina, campo de ténis e zonas ajardinadas, transformando-a num destino turístico a partir de 2004.
As dificuldades financeiras da empresa — que passou por vários Processos Especiais de Revitalização entre 2013 e 2018 e acabou integrada na Nacala Holdings — levaram a um novo período de abandono. O leilão agora concluído incluía 10 casas prontas, seis em construção, além do restaurante e de um complexo desportivo.
Segundo a Leilosoc, existem vários projectos possíveis para o futuro da aldeia, desde um eco-resort de luxo a um aldeamento turístico ou empreendimento vinícola. Contudo, ainda não é conhecido o plano do novo proprietário.
A venda reforça o interesse internacional por património histórico português e abre a porta a uma nova etapa de revitalização para Póvoa Dão, após décadas marcadas por abandono, recuperação e instabilidade financeira.
