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Sustentabilidade

 

Lisboa é o distrito mais amigo dos ciclistas

11 de abril de 2019

O Bike Friendly Index 2018, é o mais recente índice que permite medir a amigabilidade dos municípios portugueses às bicicletas, desenvolvido pelos investigadores da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, David Vale e António Pedro Figueiredo.

A seguir a Lisboa, vem o Porto, Aveiro e Faro. Já nos municípios, a Murtosa é camisola amarela.

O Bike Friendly Index (BFI) nasceu pela mão de David Vale e de António Pedro Figueiredo, do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (FA.ULisboa), no grupo de investigação BEAM – Built, Environment and Mobility, que, agora, integra o novo URBinLAB – Urbanism & Territorial Dynamics.

O ranking, relativo a 2018 para Portugal continental, revela que, de uma forma global, ainda há muito para fazer no país para promover a utilização da bicicleta enquanto modo de transporte urbano. O valor nacional do BFI 2018 é de, apenas, 2,7 (numa escala de 0 a 10).

De acordo com o estudo, a utilização da bicicleta nos concelhos portugueses ainda é muito baixa (apenas cerca de 1%), mas há vários municípios onde a sua utilização é superior a 5% (casos de Vagos, Mira, Golegã, Estarreja, Ílhavo e Murtosa), destacando-se o concelho da Murtosa onde 17% dos residentes se deslocam de bicicleta para o trabalho ou para a escola.

"Nos distritos, observa-se que apenas Lisboa apresenta um valor superior a 5, mesmo assim muito aquém do máximo possível de 10. Porto, Aveiro e Faro seguem-se com valores de BFI próximos de 4. Em todas estas cidades, os valores de compromisso político e de infraestruturas mantêm-se muito baixos. As piores situações observam-se nos distritos Vila Real, Guarda e Viseu. Isto deve-se, em parte, ao declive mais acentuado, à [quase] ausência de infraestrutura ciclável e ao fraco compromisso politico nas questões de mobilidade sustentável", lê-se no relatório.

O Bike Friendly Index avalia como os concelhos são receptivos a viagens de bicicleta, através de cinco dimensões principais: declive, ambiente construído, infraestruturas, compromisso político e utilização de bicicleta. A grande maioria dos concelhos ainda apresenta valores muito reduzidos nestas cinco dimensões, especialmente, no que diz respeito ao compromisso político (0,37) e às infraestruturas cicláveis (0,62). Na verdade, a extensão total de ciclovias existentes nas áreas urbanas de Portugal Continental é muito baixa (apenas cerca de 360 km) e a maioria das poucas ciclovias existentes está localizada fora das áreas urbanas, servindo fundamentalmente funções recreativas e não utilitárias.