Setúbal: Forte de Albarquel renasce do esquecimento
O Forte de Albarquel, sobranceiro à praia com o mesmo nome situada no sopé da serra da Arrábida, está a ser reabilitado pela Câmara Municipal de Setúbal. As obras de reabilitação deverão estar concluídas em Setembro, altura em que aquele património do século XVII é devolvido ao concelho com novas valências culturais e educativas.
As obras de recuperação da antiga fortificação militar tiveram início em Agosto do ano passado e, durante todo este período, os trabalhos estiveram centrados, sobretudo, no interior do imóvel cedido pelo Ministério da Defesa à Câmara Municipal de Setúbal, em Janeiro de 2015, por um período de 32 anos.
Segundo o município sadino, “por se tratar de um edifício com elevado valor patrimonial, a opção do gabinete de arquitectura responsável pelo projecto de reabilitação do Forte de Albarquel focou a prioridade no interior do imóvel, no qual foi necessário conduzir um delicado conjunto de acções de restauro e concretizar novas soluções estruturais”.
A operação de reabilitação tem encargos repartidos entre a autarquia e o The Helen Hamlyn Trust, no âmbito de um memorando de entendimento firmado em 2016. Após a primeira fase que se centrou sobretudo no interior do edifício, evolui agora a fase final da intervenção nos trabalhos de recuperação do exterior da fortaleza e acções de maior impacte visual para o público.
Esquecido ao longo de décadas e longe da imponência militar de outros tempos, o Forte de Albarquel renasce com num plano delineado pelo município para o transformar num espaço cultural e educativo, com valências museológicas e expositivas, componentes para diversas manifestações culturais e artísticas e funções de sala de visitas da cidade.
O Forte de Albarquel, localizado na margem direita da foz do rio Sado, integrou, a partir do século XVII, a linha defensiva do trecho do litoral que se estendia entre Setúbal e Sesimbra e funcionou como complemento do Forte de São Filipe na protecção da povoação marítima sadina.
A fortaleza foi projectada em 1642, no contexto da Guerra da Restauração da Independência portuguesa, quando D. João IV procedeu a uma ampla remodelação da estratégia defensiva de Portugal, à qual não foi alheia a protecção da barra do Sado.