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Gouveia reabilita edifício histórico para Casa da Vivência Judaica

 

Gouveia reabilita edifício histórico para Casa da Vivência Judaica

 

Gouveia reabilita edifício histórico para Casa da Vivência Judaica

26 de agosto de 2020

O município de Gouveia, no distrito da Guarda, está a investir cerca de 73 mil euros na reabilitação de um edifício histórico para funcionar como Casa da Vivência Judaica.

O projecto autárquico envolve a recuperação do imóvel conhecido como Casa do Passadiço, um edifício situado no bairro da Biqueira, na cidade de Gouveia, que irá albergar a futura Casa da Vivência Judaica.

Segundo a autarquia presidida por Luís Tadeu (PSD), a Casa do Passadiço situa-se “no coração da judiaria” de Gouveia e funcionou, “por tempos imemoriais, como um local de passagem, comunicação e interacção social entre os habitantes de dois dos mais icónicos bairros da cidade: o bairro do Castelo e o bairro da Biqueira”.

A intervenção em curso irá permitir adaptar a Casa do Passadiço a Casa da Vivência Judaica, onde será instalado um espaço museológico dedicado ao património judaico que, segundo a fonte, “irá constituir um excelente ponto de partida para o conhecimento do património judaico de todo o concelho de Gouveia”.

O município refere que o futuro espaço “terá características singulares” e que irá cativar visitantes e turistas para a descoberta do “património rico e evocativo da presença judaica” no território.

 

Memória da cultura judaica e da sua perseguição

O projecto inclui a criação de três salas, “enriquecidas com marcas de simbologia judaica do concelho, relacionadas com três itinerários distintos”: um em Gouveia, dedicado à judiaria medieval; outro na freguesia de Melo, relacionado com o tema da inquisição; e outro da aldeia de Folgosinho, sobre o tema do criptojudaísmo.

“Estas três salas serão enriquecidas com marcas da simbologia judaica do concelho, nomeadamente de artefactos arqueológicos que o município de Gouveia tem à sua guarda, como, por exemplo, as inscrições hebraicas que atestam a construção da última sinagoga na Península Ibérica, antes do édito de conversão obrigatória de Dom Manuel, em 1496; a padieira de uma habitação; ou, até mesmo, uma estela sepulcral com a Estrela de David, em relevo”, anuncia o município.

Uma das salas do equipamento cultural será dedicada às entradas da inquisição em Gouveia, indicando a fonte que no seguimento de um levantamento realizado pelo município “foram identificados 112 processos relativos a indivíduos naturais ou moradores do concelho, cuja memória será garantida e preservada no espaço”.

Existirá também outra área, denominada “Sala de fogo/multimédia”, que “irá possuir uma experiência sensorial”.

Nesse espaço “será contada a história da morte de três cristãos-novos naturais de Gouveia, falsamente acusados da destruição de uma imagem sagrada”, um episódio que “despoletou a construção da capela de Santa Cruz”, erguida pelos frades franciscanos como forma de arrependimento por esse crime.

Lusa/DI