Preços das casas podem voltar a descer, prevê o FMI
Nos próximos três anos, os preços das casas podem voltar a descer e a trazer novos riscos imobiliários, avança hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No segundo capítulo, do relatório "Global Financial Stability Report: Vulnerabilities in a Maturing Credit Cycle", com o título "Downside Risks to House Prices" (Riscos negativos para os preços das casas), admite-se que a rápida subida dos preços das casas nos últimos anos levanta receios sobre uma possível queda nos próximos três anos e os seus potenciais efeitos na economia e estabilidade financeira.
De facto, o relatório indica que o imobiliário é muito importante para a situação económica dos particulares e das empresas, principalmente do balanço dos bancos, sendo o tema crucial para a estabilidade macroeconómica. O Fundo, revela que a actividade relacionada com o sector imobiliário correspondia a um sexto (16,6%) do tamanho da economia dos Estados Unidos e da Zona Euro em 2017, "representando uma das maiores componentes do PIB em ambos os casos".
O FMI esclarece ainda que "grandes quedas nos preços das casas podem afectar adversamente o desempenho macroeconómico e a estabilidade financeira, como aconteceu durante a crise financeira global de 2008 e outros episódios históricos".
O organismo liderado por Christine Lagarde refere que "em muitas economias avançadas e mercados emergentes os preços das casas permanecem em risco".
O FMI admite ainda que "um aperto nas políticas macroprudenciais está associado a uma redução dos riscos negativos sobre os preços das casas", explicando que isso se aplica sobretudo a políticas destinadas a reforçar a resiliência dos tomadores de empréstimos, tais como limites aos valores máximos dos rácios empréstimo/valor ou dívida/rendimento.
Apesar de Portugal não ser referido no relatório, as subidas demasiado 'vertiginosas' nos preços das casas em Portugal, coloca o nosso país alerta para esta situação. O relatório dá inclusive, nota 'positiva' ao Banco de Portugal, salientando que a estratégia para "domar" o mercado imobiliário face aos riscos financeiros não passa pelo controlo dos preços, mas sim pela redução do risco associado ao sector.