
Portugal longe da 'bolha' imobiliária
"Estamos longe da bolha", revela Rafael Ascenso, director geral da Porta da Frente, notando que o crescimento excessivo artificial está ligado ao crédito à habitação e que em 2016 "95% das transacções foram feitas sem recurso a financiamento".
O responsável indicou ainda que há aumento do crédito à habitação, quer para clientes estrangeiros, quer para portugueses, mas "muito longe" do registado no passado.
"Os promotores também estão a trabalhar com capitais próprios o que não acontecia antes de 2008. O paradigma mudou", sublinhou Rafael Ascenso.
O director da Porta da Frente, que falou na apresentação do ‘Marketbeat’ da Cushman & Wakefield, com a qual a Porta da Frente colabora, notou os preços semelhantes, nos mercados médio/alto e alto, em Lisboa e em Cascais, enquanto em Oeiras há um registo "intermédio", sendo uma zona que está a ser descoberta.
Em Lisboa, notam-se os portugueses a voltar para o centro da cidade, nomeadamente casos de famílias cujos filhos se tornaram independentes e que agora procuram casas mais pequenas e "vida de bairro". Assiste-se, assim, a uma procura crescente nos bairros tradicionais da capital.
O responsável sublinhou ainda o regresso dos portugueses, já que 62% das transacções da imobiliária, em 2017, envolveram estrangeiros, enquanto esse número chegou a ser de 85%.
"O mercado está consolidado", comentou Rafael Ascenso, referindo que se acumulam as nacionalidades no mercado residencial.
A mesma fonte anteviu "algum crescimento" dos preços, num cenário em que há projectos para equilibrar a procura e referiu consequências negativas se os valores escalarem muito.
"Deixaremos de ser competitivos em relação a outras cidades europeias, o que motiva os investidores", conclui Rafael Ascenso.
LUSA/DI