
Obras Públicas e Infraestruturas: Um sector que vai ganhar com Compras Públicas de Inovação
Portugal terá até 2021 um de dez Centros de Competências de Compras Públicas de Inovação da Europa. O sector das Obras Públicas e Infraestruturas é um dos que mais ganha com este sistema.
O Ministério de Infraestruturas e Meio Ambiente da Holanda e a Autoridade de Gestão dos Transportes da Suécia lançaram um concurso de Compras Públicas de Inovação (CPI) , com o objectivo de identificar um fornecedor de software de construção virtual (V-Con), que melhorasse a eficiência e a eficácia da construção e da gestão de estradas, mediante o intercâmbio e a padronização de dados usando a abordagem BIM (Building Information Modeling).
A contratação pública de Inovação tem ainda uma reduzida expressão em Portugal. Mas na Suécia, por exemplo, representou 17% do PIB em 2018, tendo sido lançados nesse ano mais de 18,5 mil procedimentos.
Um cenário que a Agência Nacional de Inovação (ANI) pretende contrariar, tendo como compromisso contribuir para impulsionar a contratação pública de inovação em sectores de interesse estratégico, no âmbito da Estratégia de Inovação Tecnológica e Empresarial 2018-2030. Nesse sentido, a Agência formalizou, em 2018, um protocolo de colaboração com o IMPIC - Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção. A alicerçar o trabalho conjunto das duas entidades estão as actividades desenvolvidas no âmbito do Interreg Europe iBuy e do Procure2Innovate (Horizonte 2020), dois projectos internacionais em curso coordenados a nível nacional pela ANI, com o acompanhamento próximo do IMPIC. A contratação pública de inovação pretende centrar a procura e a oferta, mas, simultaneamente, ser um instrumento importante de indução de inovação e actividades de I&D, quer nas empresas quer nas entidades públicas compradoras de produtos e serviços.
Portugal terá Centro de Competências de Compras Públicas
Actualmente, existem cinco Centros de Competências em Compras Públicas de Inovação (CPI) na Europa, um dos quais na vizinha Espanha. Tendo em conta a importância deste instrumento para, por um lado, trazer às pessoas os serviços públicos mais inovadores, e, por outro, incentivar o desenvolvimento tecnológico nos países, mais cinco membros da União Europeia receberão outros tantos centros nos próximos anos. Em fase de implementação está a estrutura portuguesa, a qual estará disponível até 2021, e cujo desenvolvimento está entregue à ANI, que conta com o IMPIC no estudo e implementação deste projecto. Além de Portugal, os outros países que estão prestes a ter centros de competências em CPI são Estónia, Grécia, Irlanda e Itália.
Entidades portuguesas dão os primeiros passos
Marine-EO, Ponto Energia, ProEmpower e Fabulos são projectos europeus que implicam práticas de CPI e que mostram os primeiros passos de entidades portuguesas como:
- Marine-EO | Direcção-Geral de Política do Mar – a primeira entidade portuguesa a desempenhar o papel de Parceiro Líder num projecto de CPI do Horizonte 2020 –, e o Fundo Regional de Ciência e Tecnologia (FRCT) nos Açores;
- BundleUP | Agência de Energia do Porto, Agência Municipal de Energia de Almada, Município de Cascais, Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, Energaia, Eupportunity, GoParity e SRS Advogados:
- ProEmpower | Serviços Partilhados do Ministério da Saúde;
- Fabulos | Sociedade de Transportes Colectivos do Porto.