Logo Diário Imobiliário
CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
JPS Group 2024Porta da Frente
Actualidade
Novo Código dos Contratos Públicos necessita de ajustes

 

Novo Código dos Contratos Públicos necessita de ajustes

31 de outubro de 2017

A legislação do novo Código dos Contratos Públicos, que entrará em vigor a 1 de Janeiro, deve sofrer ajustes para que seja “eficiente e transparente” e indutora “da confiança que o mercado exige”. Quem o afirma é Reis Campos, presidente da AICCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas.

Segundo a agência Lusa, o responsável defende que "o Governo, através do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC), tendo em conta a aplicação prática deste CCP, deverá admitir alterações que se justifiquem. As soluções adoptadas deverão ser avaliadas e, se necessário, ajustadas face à realidade do mercado"

Reis Campos deu como exemplo o que está estabelecido quanto aos preços anormalmente baixos, afirmando que “o Governo apontou uma solução correta – desvio percentual em relação à média das propostas -, mas não determinou a sua obrigatoriedade”.

“Ou seja, se nada for feito, abre a porta à discricionariedade”, alertou, acrescentando que “há que estabelecer boas práticas orientadoras, que evitem práticas concorrenciais abusivas”.

Falando no âmbito da conferência “Contratação Pública”, que decorreu esta manhã na sede da AICCOPN e na qual foram apresentadas as principais alterações ao CCP, Manuel Reis Campos defendeu “metodologias que permitam acabar com as bases irrealistas” no que diz respeito à fixação do preço base num procedimento concursal.

“De nada serve dizer-se que o preço base tem por pressuposto os preços unitários apresentados em anteriores procedimentos quanto estes estão manifestamente esmagados. Impõe-se, por isso, a criação de critérios objetivos, definidos por entidades independentes e de utilização obrigatória”, defendeu.

Apesar de considerar que no âmbito da alteração ao CCP “há uma evolução” em relação à liberação da caução, o responsável considerou que esta “continua a ser muito diferente do regime que vigora nas regiões autónomas, onde é liberada ao fim de um ano”, e defendeu que a caução “seja libertada de forma automática”.

Presente na conferência, O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme D’Oliveira Martins, garantiu que a colaboração da AICCOPN é “muito importante também para o futuro”.

“Nós sabemos que há ainda muito trabalho a fazer do ponto de vista da regulação, da intervenção e da interpretação das normas, e a associação tem tido uma posição muito colaborante e dialogante, e firme” no âmbito da revisão deste código, que é “também importante para o futuro”, sublinhou o secretário de Estado.

O governante destacou também que no âmbito desta “9.ª alteração” ao CCP, que foi publicado em 31 de agosto e entrará em vigor no início de 2018, conta com o apoio do IMPIC, que “tem um papel pro ativo e pedagógico, nomeadamente através da preparação e divulgação de orientações técnicas sobre aspetos menos densificados na legislação”.

O presidente da AICCOPN recordou que o CCP que está em vigor desde 2008 se “traduziu num verdadeiro retrocesso”, abrindo “as portas à discricionariedade”, potenciando “desequilíbrios” e gerando “litigiosidade acrescida, entre donos de obras e empresas de construção”.

“Foi com este Código que as empresas atravessaram aquele que foi o pior momento da sua história. Nove anos de encerramento de mais de 47 mil empresas e fuga de mais de 200 mil trabalhadores do sector, que tanta falta nos fazem agora”, disse.

LUSA/DI