Mercado imobiliário tem passado entre os ‘pingos da chuva’ da pandemia e está confiante na Rentrée
Apesar da incerteza quanto às verdadeiras consequências da pandemia da Covid-19, o sector já é apontado com um dos vencedores desta crise. Apesar de algumas quebras, os projectos avançam, os negócios concretizam-se e o investimento aumenta.
Na rentrée, os especialistas do sector estão confiantes que o final do ano não será tão mau como se previa no início da crise, pelo contrário, em alguns segmentos pode mesmo ser de novos recordes. Algumas visões sobre a evolução do mercado são semelhantes, outras divergem. O Diário Imobiliário auscultou os especialistas e ao longo das próximas edições vamos divulgar as suas opiniões nos vários segmentos, para perceber o que esperam até ao final do ano.
As frases mais relevantes:
- “No que diz respeito à expectativa para o comportamento do mercado imobiliário até ao final do ano, esperamos que esta resiliência que tem vindo a ser demonstrada por parte dos investidores, permita manter uma trajectória de recuperação global dos níveis de actividade”, Manuel Reis Campos, presidente da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário.
- “Estimamos que ainda se venham a realizar cerca de 1.000 milhões de euros de transações em imóveis de rendimento, apontando para um total de 2,7 mil milhões de euros no final do ano. Se assim for, 2020 será o terceiro melhor ano de investimento imobiliário desde que há registos”, Francisco Horta e Costa, director geral da CBRE.
- “O último trimestre, habitualmente mais forte, sofrerá uma natural pressão sob o investimento adiado ao longo do ano, sendo possível assistirmos a algumas concretizações. É certo que iremos conseguir retirar oportunidades das dificuldades, e existem negócios que não irão deixar de se realizar apesar da Covid-19”, Pedro Rutkowski, CEO da WORX - Real Estate Consultants.
- “Se a pandemia se mantiver controlada, com uma razoável atividade aeroportuária, acreditamos que a recuperação do mercado nacional, nos segmentos de luxo e premium, continue a registar uma evolução positiva”, José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties.
- “A minha sensibilidade diz-me que os próximos meses serão de grande aumento do desemprego e de agravamento do estado da economia, em especial logo que terminem os períodos das moratórias. Por outro lado, se prolongarem muito as moratórias, os Bancos, que em 2008 foram a origem da crise, serão agora vítimas desta nova crise”, Sérgio Ferreira, CEO da Coportgest.
- “Os constrangimentos provocados pela pandemia terão certamente algum impacto no mercado imobiliário, nomeadamente nos níveis de procura em segmentos que estão mais dependentes do mercado internacional – como o mercado residencial de gama alta – ou da evolução da atividade económica – como é o caso dos escritórios e do retalho”, Paulo Loureiro, CEO da Bondstone.
- “No curto prazo a recuperação dos meses de confinamento está a ser um pouco mais rápida que o esperado e os indicadores para o mercado residencial até ao final do ano são, por enquanto, positivos”, Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal.
- “Como o sector imobiliário não é independente do resto da economia os seus efeitos irão inevitavelmente fazer-se sentir. Como sempre acontece nestes momentos de viragem da economia ninguém com exatidão consegue prever quando, como e com que intensidade estes efeitos se irão fazer sentir”, Eduardo Garcia e Costa, Presidente Keller Williams Portugal.
- “Acreditamos que o sector irá sair ainda mais fortalecido, como destino de investimento não só para nacionais como para estrangeiros. É importante referir, claro, que este é um processo que poderá ainda levar alguns meses, pois ainda temos uma pandemia a nível mundial e há uma série de consequências a impactar financeiramente as famílias”, Rafael Ascenso, director geral da Porta da Frente Christie’s.