

Lisboa é um dos “global hubs” mundiais mais atrativos para investidores
Apesar do boom dos últimos anos, Lisboa continua a apresentar oportunidades atractivas de investimento. “Lisboa é um dos global hubs” garante Philip Wedge-Bernal da JLL.
A afirmação do especialista surgiu durante a 28.ª edição do Seminário ERES, promovido pelo European Real Estate Society e pelo ISEG, sob o mote das “Novas tendências de investimento internacional em imóveis residenciais na Europa.”
O evento contou com a participação de John Duca, vice-presidente do Banco da Reserva Federal de Dallas e de vários especialistas nacionais e internacionais da JLL, Vanguard Properties, Avenue, Sonae Capital, do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, da Câmara Municipal de Lisboa, e ainda da Universidade de Genebra.
O evento mostrou que o actual contexto de reduzidas taxas de juros, os fenómenos de migração e os incentivos fiscais têm provocado um aumento do investimento imobiliário, com os investidores a mostrar cada vez mais interesse no sector residencial, nomeadamente na Europa. Foi referido que em 2018, o investimento no sector residencial no mercado europeu atingiu os 61 mil milhões de euros. O aumento da procura, da actividade turística, da escassez de activos comerciais e dos preços levou o mercado a diversificar os seus portefólio, apostando em novos formatos e conceitos como residências universitárias, seniores e de co-living.
“A sincronização dos preços de habitação é mais evidente em cidades mais competitivas e com maior poder de atracção de turistas, como é o caso de Lisboa. O aumento dos preços criou novos riscos e desafios ao sector público e privado, que considera prioritário a criação de novos incentivos à construção de nova habitação, através da redução da taxa de IVA, por exemplo” explica Joaquim Montezuma, professor do ISEG e um dos organizadores do evento ERES Seminar 2019, em conclusão das várias intervenções do dia.
O aumento do investimento internacional nos mercados imobiliários urbanos tem suscitado dúvidas sobre os custos domésticos desses investimentos. As preocupações incluem os potenciais efeitos inflacionários nos mercados imobiliários residenciais locais e transformações urbanas. “O incremento da procura de habitação nas cidades turísticas e a reduzida oferta de habitação nova provocou um aumento dos preços de habitação, que, por sua vez, conduziu a problemas de acesso à habitação, incluindo para a classe média”, admite o investigador.