O risco de financiar a construção é elevado
A construção apresenta uma elevada frequência de fracassos empresariais que resulta de uma concorrência forte, margens estreitas e atrasos nos pagamentos por parte de compradores públicos.
Esta é uma das conclusões do mais recente estudo divulgado pela Crédito y Caución, alertando ainda para o risco de crédito no sector da construção, que permanece em níveis elevados no mercado global. De acordo com o relatório, as falências repentinas de importantes construtoras na Europa põem em evidência "o elevado nível de risco de crédito para as empresas do sector de construção, onde milhares de pequenas empresas tendem a estar no final da cadeia de pagamentos".
O estudo salienta também que "existem certos problemas e padrões que as empresas de construção têm em comum em qualquer país, independentemente do seu desempenho nos mercados individuais: um nível de concorrência elevado, margens de lucro baixas, atrasos nos pagamentos por parte de compradores públicos e uma percentagem de insucesso empresarial acima da média. Os prazos de pagamento alargados, os problemas de fluxo de caixa e a debilidade financeira das construtoras de menor dimensão são situações que afectam quase todos os mercados”.
Os analistas da seguradora incidem na grande reorganização que a indústria da construção mundial sofreu em consequência da crise financeira de 2008. "A recuperação em alguns países como a Bélgica, França, Itália e Espanha continua a ser modesta em comparação com os níveis anteriores à crise, já que a diminuição da actividade de construção durante a recessão foi muito pronunciada", refere o relatório que analisa em detalhe a situação do sector em Espanha, Austrália, Bélgica, Estados Unidos, França, Hungria, Itália, México, Polónia, Reino Unido, Roménia, Singapura e Tailândia.