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Homification: Pandemia trouxe a casa para o centro do mundo

3 de dezembro de 2020

A pandemia e o consequente confinamento impulsionaram a importância da casa, tornando-se este espaço o epicentro da vida das pessoas. Com a ajuda da tecnologia, as atividades quotidianas como o trabalho, as compras e o lazer, passaram a ser feitas maioritariamente à distância e no conforto da casa, numa altura em que as saídas à rua voltaram a sofrer restrições.

O Observatório de Tendências, um survey desenvolvido pelo Grupo Ageas Portugal e a Eurogroup Consulting Portugal, e que teve como propósito identificar as tendências emergentes do contexto de pandemia da Covid-19, destaca a Homification como uma das grandes tendências.

Experiência positiva de teletrabalho

A adopção do teletrabalho foi uma das maiores mudanças decorrentes da crise sanitária. De modo geral, os portugueses registam uma boa apreciação da sua experiência, especialmente os inquiridos mais jovens. Mais de 62% admitem que gostariam de trabalhar a partir de casa num futuro próximo, optando a maioria por uma percentagem superior a 50% do tempo.

No que diz respeito à adaptação ao novo espaço de trabalho, os inquiridos consideram o processo de criação e organização do novo escritório relativamente fácil, com uma nota de três em quatro pontos. A tecnologia foi considerada uma aliada, apresentando os inquiridos um nível de conforto de 3.11 em quatro.

Flexibilidade no local de trabalho

A aceleração do teletrabalho permitiu uma maior flexibilidade no que diz respeito ao local a partir de onde é possível trabalhar. Neste sentido, 15% dos inquiridos consideram alterar o tipo ou local de residência, mais de metade deles para se aproximarem do campo, e um terço por razões financeiras, o que pode ser um alerta para os próximos meses. Os resultados são relativamente independentes do número de pessoas do agregado familiar, mas o fator idade é relevante, pois os mais jovens lideram esta intenção de mudança.

Inquiridos da América do Sul revelaram maior tendência para alterarem o local ou tipo de residência, com mais de 30% dos participantes a responderem que o consideram fazer, 9% para viverem mais perto do campo e 9% para melhorarem as condições de teletrabalho, mas 9% por razões financeiras. Inquiridos da Europa do Norte também foram mais expressivos na resposta, com 26% dos participantes a admitirem alterar o local ou tipo de residência, e 15% a admitirem fazê-lo para ir para mais perto do campo.

Compras online

Também as compras online a partir de casa experimentaram um aumento como consequência do confinamento. Mais de metade dos inquiridos admitem ter realizado mais compras online nos últimos seis meses, tendência com maior expressão na população mais jovem, em que 70% dos inquiridos dos 18 aos 24 anos aumentou, por oposição aos 47% dos inquiridos com mais de 55 anos.

Esta tendência é para continuar para a maior parte dos inquiridos, com apenas 16% a considerarem voltar às lojas físicas como fonte principal das suas compras. Cerca de 66% dos inquiridos consideram realizar compras de forma mista, e os mais novos estão mais propensos a privilegiar a compra online (2.5 vezes mais do que os mais seniores).

O inquérito do Observatório de Tendências 2020 foi realizado entre 9 e 23 de setembro de 2020, junto de uma amostra representativa de 1744 pessoas, maior do que 18 anos, residente em Portugal, de Norte a Sul do País.  O questionário foi desenvolvido em formato online e conta com um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 2,35%. O mesmo estudo foi replicado em mais países da América Latina (Argentina, Chile, Uruguai) e na Europa do Norte (Alemanha, Luxemburgo).